Aviso: o texto abaixo foi escrito em meio às emoções originárias do dia de hoje e, por isso, contém altas doses de um tom melodramático que apenas um fã pode compreender.
Juro solenemente não fazer nada de bom.
Lembro de quando conheci Harry Potter. Uma amiga ganhou o livro de aniversário, presente de alguém que dissera a ela que o livro estava sendo um sucesso. Vi a capa colorida, um livro tão grande (e sem desenhos!) sobre o que? Bruxos? Escola de Magia? Dumbledore? Aquele-que-não-deve-ser-nomeado? Trouxas? Ahn?!?!
Passadas duas semanas, fui convidada para assistir um filme no cinema, baseado em um livro. Reconheci ali o presente de minha amiga e, como minha curiosidade havia sido despertada, fui assistir. Fiquei maravilhada com as cenas. Aquele castelo maravilhoso, velas no teto, criaturas mágicas, fantasmas e muito, muito encantamento que só um mundo mágico pode proporcionar. O filme terminou e eu havia adorado, e, pela primeira vez, alguém disse que “a menina do filme me lembrou você” (isso que dá ter fama de estudiosa na escola).
Passado algum tempo, uma outra amiga ganhou “A Pedra Filosofal” e “A Câmara Secreta”. Ela começou a ler o primeiro e, não resisti, pedi pra dar uma olhada no segundo. A minha olhada rendeu a leitura do primeiro capítulo inteiro. Um pouco depois, chegaram os dois primeiros livros na biblioteca da minha escola e é óbvio que corri pra pegar e continuar a leitura. Nem reli o primeiro capítulo, tamanha era a ansiedade. E foi ai que a paixão realmente nasceu. Fiquei até as 4h da manhã lendo, não consegui parar, ainda mais com tudo que estava acontecendo na história! Ela terminou e eu estava em choque. O livro era muito bom. Eu tinha 12 anos na época, mesma idade do Harry nesse livro.
Levei alguns meses para poder ler a continuação. Minha escola, pública, não tinha todos os volumes da série, eu muito menos. Precisei esperar até conseguir emprestado com uma terceira amiga. Era feriado prolongado quando comecei a ler “O Prisioneiro de Azkaban”. Comecei em um dia a noite, na noite do dia seguinte eu havia acabado. Esse é até hoje um dos meus favoritos da série. Mais uma vez, eu havia terminado o livro em choque, de boca aberta em como aquela história era fantástica! Comecei “O Cálice de Fogo” no dia seguinte e, como esse é um dos maiores da série, levei uns 2 dias a mais para terminar. E, quando acabou, eu não conseguia acreditar que a história tinha tomado aquele rumo. Sério que aquilo realmente aconteceu? Não era uma história infantil?
Não, não era, o que foi comprovado em “A Ordem da Fênix” após mais de um ano agoniante de espera até que o livro fosse lançado, uma quarta amiga comprasse e lesse para poder me emprestar, sendo que os dois últimos ainda bem se deram de maneira rápida. Nesse momento, o segundo filme já havia sido lançado há um ano, faltavam por volta de 6 meses para que o terceiro estreasse nos cinemas, eu já havia mudado de escola e havia começado a ser chamada de “Mione” pela mesma pessoa que me emprestou o último livro, apelido o qual foi modificado para Mi, como sou chamada até hoje pela maioria dos meus amigos.
Então passam 2 anos e julho de 2005 chega com a estréia de “O Cálice de Fogo” nos cinemas, 6 meses antes de “O Enigma do Príncipe” ser lançado no Brasil. Novamente, precisei esperar um pouco mais para ler o livro: dependia de empréstimos. Eu li, chorei minha vida e amei. E mal podia esperar pra ler a continuação. Eu precisava do final.
Eis que julho de 2007, com o lançamento internacional de “As Relíquias da Morte”, mas o Brasil teria que esperar até novembro para ter o livro lançado. O Brasil até podia esperar, eu não. Se você pensa que fui corajosa e peguei o livro em inglês pra ler, errou. Fui mais ainda e li a versão traduzida por um fã, na internet. Aliás, foi o único livro na minha vida que li no computador. Foram 3 dias sentadas na frente da tela, lendo sem parar a história, chorando e sendo vista chorando pelas pessoas da minha casa em vários momentos diferentes, mesmo com algumas partes não estando muito claras (era uma tradução não oficial, óbvio). E aqui figura um momento de identificação com a história. Harry tinha 17 anos e estava em seu último ano da escola (era o último ano, não que eles estivesse lá…). Eu também tinha 17 anos e estava em meu último ano. Harry deveria enfrentar o desconhecido, as mudanças, estava deixando pra trás toda a fantasia e o mundo criado durante os anos da escola, estava saindo para encarar o mundo real lá fora. Eu também. É claro que o “v” que ele deveria enfrentar no final seria o Voldemort, meu “v” era apenas o vestibular e que, caso eu falhasse, teria o cursinho para me ajudar no ano seguinte. O Harry meio que não. No caso dele era literalmente questão de vida ou morte.
Comparações a parte, eu cresci com o Harry. Li meu primeiro livro quando tinha a mesma idade dele e li meu último com a mesma idade dele também. A história, os lançamentos e estréias me acompanharam por toda a adolescência. Quando os livros chegaram ao fim, chorei pela história e chorei por ter sido o último, mas ainda havia a espera pelos filmes para me consolar. Mas hoje essa espera acaba, fazendo Harry Potter estar em minha vida há 10 anos.
Só quem é fã pra entender o que isso significa. Só quem é fã pra compreender o paradoxo de sentir essa angústia no peito e esse nó na garganta ao pensar em hoje a noite, enquanto também sente a ansiedade para finalmente ver o fim dessa saga épica.
“Harry Potter” não foi o responsável pelo meu vício em leitura foi sim pelo meu apelido. Mas criou em mim, mais do que um vício, paixão por essa série fantástica e admiração incontável pela genial J.K. Rowling. Não importa quantas vezes eu leia cada livro, todas as vezes que termino eu não posso deixar de pensar “Como ela conseguiu criar tudo isso?”. J.K criou um fenômeno mundial, nunca visto antes. Quem mais mobilizou fãs, inúmeros fãs, no mundo inteiro, por mais de 10 anos como ela?
J.K Rowling marcou toda uma geração com a história do menino que sobreviveu e eu sou imensamente grata por fazer parte dessa geração. Grata por, em plena pré-adolescência, não ter olhado para o livro e pensado “é coisa de criança”, grata por ter me rendido ao encanto que esse mundo causou e que não vai acabar mesmo que a saga termine hoje. Podem não ter mais lançamentos de livros ou estréias de filmes para se esperar, mas essa magia não vai acabar nunca.
E, daqui a alguns anos, quando estiverem lendo os livros, quero olhar para trás e contar para os meus filhos como foi viver esses 10 anos fantásticos, exclusivos da Geração Harry Potter.
Malfeito feito.
hhaha sua história com HP que legal… e o mais legal ainda é ter o nome da personagem que eu nem fazia ideia de pq Mi….rs
bom como sabe eu nao li e nem acompanhei os HPs da vida… acho q vou ficar um tempo ainda sem procurar saber mais pq tenho medo de gostar e viciar tbm…rsrsrs não to dando conta de ler os que tenho aki… melhor deixar mais pra frente..
bjs