[Livros Na Telona] Um Dia – David Nicholls

“Um Dia” foi um dos melhores livros que já li na minha vida e é um dos meus livros favoritos, sem dúvida alguma. David Nicholls foi genial em escrever um livro cujos capítulos representam apenas um dia do ano sem que a história perdesse o fluxo. Acredito que esse seja o diferencial de sua obra e o que a torna única. Além disso, a escrita do autor é impecável, sabe como prender a atenção do leitor sem que sua narrativa seja óbvia, está longe de ser romantizada e tem um humor sutil.

A história em si, ainda que não seja romantizada pela narrativa, é incrivelmente romântica e real, tudo ao mesmo tempo. Enquanto lia, não podia deixar de ver o quão reais são os rumos tomados no enredo, tal como acontece na vida. Uma mínima ação tem forças para modificar todo um futuro, uma escolha pode nos levar por rumos completamente diferentes do que planejávamos. Chegou em determinado instante da leitura que parei para pensar em tudo que já havia acontecido e não sabia mais o momento que fora crucial para que as coisas estivessem daquela forma, para conseguir modificá-las uma volta no tempo deveria acontecer e mudar praticamente todo o passado. Quem nunca se sentiu assim na vida, de parar e pensar “Como eu cheguei aqui?”.

As personagens passam por diversos altos e baixos e aprendem da maneira que só o tempo é capaz de ensinar. São opostas e se completam perfeitamente. São apaixonantes.

Acho que não há muito mais que eu possa comentar sem me tornar repetitiva. Então quem quiser ler mais detalhes, é só ler a resenha.

Começo afirmando: se todo autor do livro fosse o roteirista da respectiva adaptação, como é o caso nesse filme, ou ao menos trabalhasse ao lado do roteirista, o mundo dos filmes baseados em livros seria mais belo e eu me sentiria mais feliz.

Já disse em outros posts que sei muito bem ser praticamente impossível fazer um filme completamente fiel ao livro por uma série de diferentes questões, que muitas vezes é inviável seguir à risca a história, além de que uma adaptação não é uma cópia, como o próprio nome diz. Porém, como também já havia dito, explicar isso para o coração de leitor apaixonado pelo livro e que espera encontrar nas telas o que encontrou nas páginas do livro é muito difícil.

“Um Dia” foi o segundo filme que mais esperei nesse ano (o primeiro foi a parte final de Harry Potter e as Relíquias da Morte) e arrisco a dizer que foi a melhor adaptação literária que assisti em 2011. Ainda que algumas mudanças tenham sido apresentadas, bem como partes do livro excluídas, outras tantas cenas são perfeitas, exatamente como as imaginei no livro.

A escolha de personagens não poderia ter sido outra. Como havia imaginado, a Anne Hathaway ficou perfeita como Emma Morley e Jim Sturgess deu um charme todo especial a Dexter Mayhew, ainda que eu tivesse imaginado o protagonista quase loiro (mas acho que fui influenciada pelo Dexter da série). A única personagem que fugiu completamente ao que havia imaginado foi Suki, a companheira do programa televisivo de Dex. Para mim, a personagem era asiática e pequena, como a atriz que interpretou a Sunshine em Glee (clique aqui para ver a imagem). Entretanto, a atriz que a interpreta é alta e loira. Não sei se fui eu que viajei completamente na leitura, mas me surpreendi ao ver a personagem nas telas. De resto, foi como ver na tela as pessoas que havia imaginado em minha mente. Não só as personagens corresponderam, em sua maioria, ao que eu havia imaginado como algumas cenas são exatas ao que é descrito no livro, desde as falas até detalhes como as cores de algumas roupas.

E o ponto que mais havia me deixado instigada para saber como seria adaptado: a passagem dos anos. Alguns mal são retratados, inclusive alguns capítulos do livro nem ao menos existem por uma questão de tempo, enquanto outros são mais abordados, mas amei a maneira de como tudo foi adaptado. Não há buracos na história, a essência do livro não foi perdida e o filme é tão real quanto o livro. O que achei interessantíssimo foi ver as diferentes aparências dos atores, principalmente de Anne, uma vez que 20 anos se passam durante todo o filme.

Há uma cena em especial que me chocou muito mais do que quando acontece no livro, pelo fato de podermos visualizar o que é mais sutilmente descrito nas páginas. Nas telas não há como ser sútil, ao menos nessa história, pois a intenção é exatamente a de chocar. Ao mesmo tempo, outras foram modificadas para aumentar a carga romântica do filme e, ainda que sejam diferentes do livro, ficaram lindas no filme.

Em resumo, eu amei o filme e escrever sobre ele já me enche de vontade de assisti-lo novamente, bem como de ler o livro. Altamente recomendados!

Tweet