[Resenha] Bela Maldade - Rebecca James - Minha Vida Literária
Minha Vida Literária
16

abr
2013

[Resenha] Bela Maldade – Rebecca James

Título: Bela Maldade
Autor: Rebecca James
Editora: Intrínseca
Número de Páginas: 302
Ano de Publicação: 2011
Skoob: Adicione
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Após uma horrível tragédia que deixou sua família, antes perfeita, devastada, Katherine Patterson se muda para uma nova cidade e inicia uma nova vida em um tranquilo anonimato. Mas seu plano de viver solitária e discretamente se torna difícil quando ela conhece a linda e sociável Alice Parrie. Incapaz de resistir à atenção que Alice lhe dedica, Katherine fica encantada com aquele entusiasmo contagiante, e logo as duas começam uma intensa amizade. No entanto, conviver com Alice é complicado. Quando Katherine passa a conhecê-la melhor, percebe que, embora possa ser encantadora, a amiga também tem um lado sombrio. E, por vezes, cruel. Ao se perguntar se Alice é realmente o tipo de pessoa que deseja ter por perto, Katherine descobre mais uma coisa sobre a amiga: Alice não gosta de ser rejeitada…

Bela Maldade é um thriller psicológico que se desenvolve a partir da amizade surgida entre Katherine e Alice. A primeira linha do livro já entrega como a história terminará, mas isso não significa que ela não tenha suas surpresas.
Através da narrativa em primeira pessoa sob o ponto de vista de Katherine, acompanhamos, principalmente, o desenvolvimento da amizade das duas amigas, tendo, também, flashs do presente vivido por Katherine, cinco anos após ter conhecido Alice, e do passado, dois anos antes de Katherine ter se mudado para Sidney.
Ainda que, de antemão, já tenhamos uma noção do que ocorreu no passado de Katherine e já saibamos, em partes, como toda a história que ainda será apresentada se finaliza, nenhum desses pontos diminuiu meu envolvimento com a leitura. Eu poderia saber superficialmente o que aconteceu, mas os detalhes só foram entregues para mim aos poucos. Também, o final contou com uma revelação que realmente me surpreendeu.
O livro me deixou assustada não pela loucura de Alice, mas pelos sentimentos controversos de Katherine por ela: a montanha russa emocional oscilando entre gostar e desgostar da amiga; sentir-se horrorizada por suas atitudes e, em seguida, se culpar por isso, questionando sua conduta e fidelidade; a quebra da percepção do que seria um relacionamento saudável por ter-se acostumado ao doentio. Acredito que a autora explorou muitíssimo bem todo esse lado e fez jus ao caráter psicológico de seu livro, principalmente por essas emoções conflituosas terem me parecido reais.
Confesso que, em alguns momentos, o passado de Katherine me soou forçado e um pouco desnecessário, como se ela só tivesse se permitido viver a amizade de Alice por causa dele. Em meu ponto de vista, independentemente de um trauma ou não, sociopatas são perigosos exatamente por conseguirem conquistar e manipular os sentimentos das pessoas, mesmo aquelas que não têm um passado traumático em suas vidas e, dessa maneira, Katherine poderia igualmente ter se aproximado de Alice. Contudo, acabou sendo esse, também, o ponto para me surpreender ao final, então não sei dizer se realmente o desaprovei ou não.
Tentando me explicar melhor para não passar uma impressão errada: o passado em si de Katherine dá uma enorme carga emocional à história e contribui – e muito – tanto para sua personalidade atual quanto para os desdobramentos do enredo como um todo. O que me pareceu um pouco forçado foi a necessidade disso no livro, uma vez que, para mim, a parte mais interessante foi a exploração dos sentimentos de Katherine por Alice, esse poder exercido por sociopatas, parte essa que não depende dos fatos passados. Talvez eu esteja sendo injusta, mas fiquei com a sensação de que tudo, somado, acabou levando a história para algo mais distante da realidade, uma vez que são acontecimentos demais na vida de Katherine. Seu passado é provável, sua amizade com Alice e as consequências dela são prováveis. Agora, tudo com uma só pessoa?
 Como disse, porém, acabou sendo esse o gancho da autora para conectar todo o enredo, fazendo dele surpreendente e abrindo a possibilidade para alguns questionamentos. Há um diálogo, próximo do final, em que ocorre uma ponderação de todo o ocorrido com relação à amizade de Alice e Katherine, e senti, nele, um pouco da provável reflexão da própria autora sobre o assunto. Senti como se ela tivesse aproveitado aquelas linhas para pensar sobre o tema e dividir seus pensamentos com os leitores, o que, consequentemente, também me fez pensar. Ao mesmo tempo em que parte da loucura se faz mais compreensível, há o perigo dela se tornar justificável – o que, novamente, me fez questionar a existência do passado de Katherine na história.
Em suma, Bela Maldade não foi um livro que me deixou estarrecida ou que me fez considerá-lo excelente ao final, mas que me agradou bastante e, principalmente, conseguiu me perturbar, ainda que levemente, como um thriller psicológico deve fazer.




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28 Respostas para "[Resenha] Bela Maldade – Rebecca James"

Anonymous - 16, abril 2013 às (16:24)

uhaush resumindo , é meia boca mas é legal de ler. – Marcelo Lima

Thais Belarmina - 16, abril 2013 às (17:14)

Tô com muita vontade de ler esse livro, espero gostar.

Fabi Liberati - 16, abril 2013 às (17:38)

Oie Mi!!! AMO thrillers, e gostei bastante da resenha, mesmo o livro não sendo tão bom assim pelo que entendi, acho que vou gostar muito, ja fiquei curiosa para saber o que aconteceu com Alice e saber qual é o passado de Katherine.
Não vejo a hora de ler.
Beijos flor.

Rafael Fernandes - 16, abril 2013 às (17:57)

Oi Mih, como sempre suas resenhas tão belas de se ler e formidáveis por todo o conteúdo e sinceridade. Confesso que é um dos livros que quero ler esse ano, desde o lançamento achei a temática muito legal, achei também a capa linda, por se tratar de um thriller melhor ainda, eu sei o que você quis dizer na resenha, sua opinião, acho que a autora não soube mesclar bem o thriller com o passado de Katherine e seus pontos de vistas, thrillers não são fáceis de ser escritos e por um deslize pode acabar com uma leitura. Mas espero gostar da leitura com sinceridade, nem que seja pra matar minha curiosidade por completo.
Beijos!

Alinne - 16, abril 2013 às (19:37)

Oi Mi.
Como eu adoro esse gênero tenho curiosidade em ler esse livro, porém não é uma prioridade para mim agora, no entanto pretendo lê-lo mais para frente.
Beijos.

Carol Sophie - 16, abril 2013 às (20:08)

Gostei bastante da sinopse do livro, sociopatas são um assunto do qual gosto muito. Apesar de não curtir muito narrativas que ficam mudando de tempo cronológico , vai pra lista de desejados.

Beijos
fromafallenangelsheart.blogspot.com

Vanessa Vieira - 16, abril 2013 às (21:24)

Parabéns pela resenha Aione! Já li Bela Maldade e curti bastante. Achei a Alice uma antagonista muito bem construída e claro, próxima ao real. Pretendo reler esse livro assim que possível. Beijo!

Tais Bruna - 16, abril 2013 às (23:29)

Confesso que nos últimos meses não estou muito no clima de ler thriller psicológico mais esse livro sempre me deixou curiosa desde que foi lançado.
Até hoje a grande maioria das resenhas que li foram positivas.

bjs
Tais
http://www.leitorafashion.com.br

Lili - 17, abril 2013 às (00:37)

Mi eu gosto muito da capa dele e vou ler no mês que vem (ao menos ele está na minha lista de maio).
Quero logo descobrir se é isso mesmo (muito pra uma só pessoa. Senti isso em Roubada da Lesley Pearse). Já vi algumas pessoas levantando pontos que fizeram o livro decair um pouco em algo que poderia ter sido muito bom.

Ainda assim, esses livros sempre conseguem nos fazer gostar um pouquinho, né? Essa loucura que procuramos entender (isso me lembra Kevin! Quero muito que leias).

E estou gostando bastante de Identidade roubada.

Beijos,
liliescreve.blogspot.com

Jeh Asato - 17, abril 2013 às (03:02)

Oi Aione!
*-*
Li algumas resenhas desse livro e lembro que uma foi bem positiva. Não sabia que se tratava de sociopata e levei em consideração os pontos que você mencionou. Acho que, quando um livro já traz de mão beijada o tema todo do livro logo de cara, fico um pouco desmotivada (mesmo tendo cenas e momentos durante a leitura que são imprescindíveis).
Acho que é uma leitura válida de qualquer forma, para quem gosta de thriller.
Fiquei curiosa com o diálogo-momento-reflexão exposto pela escritora logo no final, rs.

Beijos!

Lendo Comentando - 17, abril 2013 às (03:43)

Oi, Aione!

Li esse livro já faz um tempinho e gostei bastante. Também me surpreendi diversas vezes durante a história. E esse ponto que você levantou, em relação ao passado da Katherine fez muito sentido. Deu pra entender o que você quis dizer. Enfim, ótima resenha!

Beijos,
Amanda — Lendo & Comentando 🙂

Colina do Tordo - 17, abril 2013 às (10:58)

Tenho vontade de ler esse livro e fico infeliz de não te-lo comprado na Bienal 🙁
Estou entrando aos poucos nesse mundo de thrillers hehe ainda não é um gênero que me prenda. Mas Bela Maldade está na minha listinha.Não sabia que se tratava de sociopata, mas pelo modo da amizade das personagens, eu devia ter imaginado. Bom, ainda quero lê-lo.

Manu Hitz - 17, abril 2013 às (11:22)

Gosto cada vez mais de livros que abordam personalidades doentias, rsrs… Não sabemos do que somos capazes até que nos deparamos com situações que nos mostram outra face, embora esse não seja o tema aqui.
Sociopatas e as pessoas que acabam sofrendo sua influência – e as consequências de seus atos – dão mesmo um universo bem interessante às histórias. Gosto de estudar seus pensamentos e comportamentos e também acompanhar suas ‘vítimas’.
Pela capa do livro eu poderia apostar que era mais um livro pra mocinhas, sobre o universo de futilidades e maldades implícitas… belo engano, ótima surpresa.
É por isso que adoro resenhas, especialmente bem detalhadas como as suas.

Julia G - 17, abril 2013 às (11:36)

Oi Mi! Eu gostei do livro, e na época que li fiquei bem envolvida com a trama e com o suspense, mas até citei na minha resenha que tem um pouco de fantasia na história, exatamente por causa desse exagero na vida da protagonista.
Mas é uma leitura instigante e bem rápida, fiquei meio inconformada de não ter matado o final de cara. 😉

Beijos

Vanessa Grandin - 17, abril 2013 às (12:29)

Já ouvi falar desse livro mas não tinha lido nenhuma resenha dele nem sabia do que se tratava…
Adoro thrillers psicológicos e quero lê-lo assim que eu conseguir comprá-lo…….haja dindin pra tanta vontade!

Stefani Goulart - 17, abril 2013 às (16:04)

Eu tenho muita curiosidade em ler thrillers psicológicos! O tema me parece muito legal. Nunca havia ouvido falar nesse livro porém confesso que fiquei muito curiosa a ponto de querer lê-lo agora! hehe Adoro livros com suspense e acho que esse livro tem tudo para me encantar. Se não me engano Cuco é um thriller psicológico e também estou doida para lê-lo.
Mas em relação a Bela Maldade, não é o primeiro livro sobre amizades em que eu ouço falar. A história me parece legal, mas só fiquei meio “desconfiada” devido a esse detalhe do passado de Katherine ser desnecessário na história, não gosto muito disso nos livros.

Beeijos,
iSteh

Mariana FS - 17, abril 2013 às (18:42)

Oi Aione,
Eu adoro thrillers psicológicos e Bela Maldade já havia me chamado a atenção, embora não me lembre de ter lido resenhas sobre o livro.
Alguns dos seus comentarios me fizeram lembrar de “No Escuro” (que eu li essa semana e ADOREI – já fica a dica, rsrs) principalmente a questão dos flashbacks, mas ao contrário de “Bela Maldade” em “No Escuro” eles são essenciais. Ah…é curioso que o nome das protagonistas também é o mesmo. Mas deixando “No Escuro” para lá, gostei da resenha e me interessei mais pela leitura.
Adoro quando um autor é capaz de surpreender o leitor mesmo quando ele claramente já pode antever o que irá acontecer. E anunciar isso na primeira frase, então, é para quem tem segurança na história que vai contar.
Foi para a lista 🙂
Beijos

Eduarda Menezes - 18, abril 2013 às (01:24)

Oi Mi!
Adorei a sua resenha. Entendi perfeitamente o seu ponto de vista e fiquei curiosa para saber se também sentirei o mesmo ou não.
Também acho que todos nós estamos sujeitos a sociopatas, são pessoas extremamente carismáticas de início e geralmente as pessoas que a rodeiam percebem tarde demais (ou não percebem, caso o contato não seja tão íntimo). Realmente não é necessário nenhum tipo de trauma anterior para estar sujeito a ação dessas pessoas em nossas vidas. Mas se tal contribuiu para outra parte importante da história talvez seja justificável, ainda que improvável. Enfim, fiquei curiosa e não precisa de muito para me interessar por um thriller psicológico, pois adoro o gênero rs
Tenho vontade de ler esse livro há um tempo, mais precisamente desde que o comprei na Bienal hehe vou ver se o coloco na fila. O problema é essa filaaaa kkkk
Beijos!

Ademar Júnior - 18, abril 2013 às (01:44)

Oi Mi,
Eu nunca tinha me interessado por esse livro por causa da capa. Mas aí você fala a palavra mágica: thriller. hahahahahaha… Já é digno de atenção. Como você disse que não é algo muito surpreendente eu não sei se o lerei tão em breve, a não ser que alguém me dê de presente, mas acho difícil já que meus amigos já tem um perfil mais ou menos traçado dos livros que me agradam mais.

Esse lance da relação de amigas e rivais (me lembrou uma novela mexicana com esse título) me parece legal. Acho que dependendo do desempenho do autor dá pra desenvolver boas narrativas com essa premissa.

=]

Catavento de ideias - 18, abril 2013 às (04:18)

Oi Mi!

Bela Maldade tá no meu top de livros favoritos da vida. Diferente de você eu não senti que o passado da Katherine era forçado ou desnecessário, ele simplesmente fluiu na história. Só você comentando isso agora me toquei que realmente aconteceu muita coisa estranha na vida dela, mas ainda acho que sem o impacto do final não seria tão forte. Mesmo não concordando com tudo sua resenha ficou muito bem escrita Mi, adorei.

Um beijo gigante.
Brenda Lorrainy
cataventodeideias.com

Pah - 18, abril 2013 às (17:23)

Oi gêmea!

Ahh eu pensei que o livro era do tipo O LIVRO, que realmente marcava com todas as suas reflexões, e com o próprio panorama psicológico e tal, pena que não é assim, mas de fato, ainda tenho uma curiosidade com a obra. Tem algo nela que me faz querer lê-la, mesmo não curtindo tanto assim esse gênero. De qualquer forma, sei lá se um dia vai rolar a leitura, tô sem grana para as compras que quero muito, quem dirá as que quero mais ou menos, rsrs

Beijokas

Amanda Péres - 19, abril 2013 às (02:18)

Quando li esse livro ficava tensa. Semelhante à você, fiquei assustada tanto com a loucura de Alice quanto pelos sentimentos controversos de Katherine.
Mas gostei muito do livro! Tanto que o favoritei e pretendo reler (um dia, quando os livros que tenho para ler permitir. rs)
Acredito que foi o primeiro thriller psicológico que li e que acabou me fazendo gostar e procurar outros livros do gênero.

Laura Zardo - 19, abril 2013 às (22:20)

Enquanto eu lia a sinopse veio na minha cabeça o livro Maldosas, da série Pretty Little Liars e ao continuar a ler a resenha tive ainda mais esta ideia. Em Maldosas são mais amigas, mas as amigas vivem esta relação controversa com a Aria, que é popular e tem um lado sombrio. Eu achei Maldosas bom, nada mais do que isso. E acho que com este livro não vai ser diferente. Não pretendo adquiri-lo e lê-lo, não chamou a minha atenção.

Carol - 21, abril 2013 às (22:01)

Sério que esse livro tem essa pegada psicológica??? Meu Deus, morria continuando a achar que era um romance. E ele tem uma coisa bem tensa, né?
Tô passada!!
Ele parece ser ótimo!!! O meu tipo de livro.
Colocando na minha lista em 3…2…1

bjus
terradecarol.blogspot.com

Gladys Sena - 28, abril 2013 às (22:34)

Fiquei curiosa com esse livro desde o ano passado.
Parece que todos os blogueiros o compraram na bienal e o vi em váriosssss posts pós bienal, kkkkkkk.
Parece uma boa trama né.
Darei uma oportunidade a leitura, 🙂

Elaine André - 29, abril 2013 às (13:23)

Poxa, esse livro não havia me chamado atenção.
Mas agora ao meu ver dps da sua resenha ele parece ser muito interessante…
Quem sabe um dia numa promoção eu não o compre…
Já deixei aqui na minha listinha hahaha…
Beijos.

Renata Kerolin - 30, abril 2013 às (04:48)

Pelo título do livro imaginei que fosse tratar de outra coisa.
Gostei da resenha, achei o enredo bem interessante.
Ainda não tinha visto nada a respeito desse livro.

Fernanda Faria - 01, maio 2013 às (02:08)

Eu não me interesso muito por esse livro ;/ Um amigo meu leu e não gostou, como eu tenho o mesmo gosto que ele, acho que vou me decepcionar um pouco com ele.
beijos

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