Pela primeira vez, fiquei com receio de que um livro de Sophie Kinsella pudesse me decepcionar. Felizmente, isso não chegou a acontecer por completo, mas estive longe de me sentir maravilhada, como de costume, durante a leitura de Louca Para Casar.
Tendo sido esse meu primeiro contato com uma obra da autora assinada por seu nome verdadeiro, eu não imaginava em que ela poderia se diferenciar tanto das assinadas pelo pseudônimo que a fez famosa, e agora sei que as diferenças são nítidas.
A começar, a narrativa se dá em terceira pessoa, e não em primeira como em seus mais conhecidos chick-lits. Acredito que tenha sido essa a causa para meu estranhamento, porque, por consequência, diversos outros aspectos da história foram afetados. Não me entendam mal: sua escrita continua fluida e gostosa de ser lida; em momento algum se fez monótona ou cansativa.
Contudo, foi inegável meu afastamento com a protagonista. Normalmente, são as protagonistas de Kinsella que fazem de seus livros brilhantes aos meus olhos: suas maneiras únicas de pensar e agir fazem do humor da autora perfeito para meu gosto, além de causarem um enorme grau de envolvimento por ser possível compreender as personagens mesmo quando suas decisões são as piores possíveis.
Já em Louca Para Casar, durante a maior parte da história, só o que consegui sentir por Milly, a protagonista, foi irritação por conta da maneira de como ela lida com seu problema. Simon, seu futuro marido, também não contribuiu para que eu me afeiçoasse a ele e ao romance de ambos. Diria, aliás, que as únicas personagens que me agradaram desde o início foram Isobel, irmã de Milly, e Harry, pai de Simon. Além disso, o humor da história é extremamente suave e em momento algum chegou a me causar verdadeiras risadas, principalmente porque somos privados da voz interior de Milly.
Por outro lado, o fato da narrativa ser em terceira pessoa possibilita ao leitor que outros aspectos do enredo, inclusive outras tramas, sejam também acompanhados, tirando o foco de Milly em alguns pontos. Como não foi a trama central a que me conquistou, achei isso positivo, porque foram as paralelas as que, de fato, fizeram com que eu me envolvesse com o enredo, chegando a, inclusive, me sentir emocionada em alguns momentos.
Assim, um livro que começou, sinceramente, me deixando sem entender como poderia ter sido escrito por uma de minhas autoras favoritas, já que não estava conseguindo me envolver ou verdadeiramente me divertir, melhorou consideravelmente durante seu decorrer por conta do desenvolvimento de suas tramas paralelas.
Aos que procuram um bom entretenimento, recomendo a leitura. Contudo, se você já tiver tido contato com outras obras de Kinsella, esteja preparado para encontrar algo diferente e bem menos hilário; caso contrário, poderá se decepcionar.
Não sei se leria, só porque é dela…Tenho vontades de ler os livros da autora, mas também tenho receio porque esse gênero as vezes não me agrada. E não é a primeira resenha que vejo falando da falta de envolvimento, daquela coisa de achar o livro bom…é bom, mas não sei se eu gostaria =/