Título: Quatro Estações Autor: Stephen King Editora: Ponto de Leitura Número de Páginas: 688 Ano de Publicação: 2013 Skoob:Adicione Compare e Compre:Buscapé
Depois de assistir ao filme Um Sonho de Liberdade, fui pesquisar se ele havia sido baseado em algum livro e me senti surpresa ao descobrir que foi adaptado de um conto de Stephen King. Como minha experiência com obras do autor não havia sido muito positiva até então, fiquei extremamente curiosa para fazer a leitura, já que me apaixonei pelo filme.
Em Quatro Estações, quatro diferentes contos são relatados. Na primeira parte do livro – Primavera Eterna – somos apresentados ao conto Rita Hayworth e a Redenção de Shawshank, no qual conhecemos a vida de Andy Dufresne, um homem inocente condenado à prisão perpétua pelo assassinato de sua esposa e do amante dela. Tal como o simbolismo dessa estação, o sentimento predominante que permeia o conto é a esperança.
Quem narra a história, em primeira pessoa, é Red, amigo de Andy também condenado à prisão perpétua, que já cumpria sua pena há dez anos quando Andy chegou à Shawshank. A escrita de King é completamente fluida e faz com que o leitor se sinta próximo dos personagens. Durante toda a história, tive a impressão de estar lendo, de fato, o relato de um prisioneiro, uma vez que as sensações descritas por Red são incrivelmente reais.
Ainda, o autor explorou, com maestria, tanto os horrores quanto às graças da alma humana: nos deparamos com personagens cruéis e corruptos ao mesmo tempo em que Andy é, praticamente, a personificação da calma, da esperança e de alguém cujos valores estão acima de tudo. Também, achei incrível a maneira de como King demonstrou a transformação sofrida pelas personagens durante o tempo de prisão e o paradoxo sobre a consequente dependência criada por isso, na maioria dos casos, além de certa inversão de papéis ocorrida: as figuras de poder e os homens que representam o “correto” – os guardas e administradores da prisão – são postos como “vilões”, enquanto os prisioneiros – assassinos, em sua maioria – são aqueles por quem o leitor criará maiores laços afetivos.
De fato, foi essa abordagem humana o que mais me agradou em todo o conto, a ponto de classificá-lo como bastante sensível. Há nuances e detalhes por todo o enredo que permitem captar tanto a personalidade quanto a emoção das personagens ainda que elas não estejam descritas.
De um modo geral, não apenas adorei a leitura – bastante rápida, tanto por sua narrativa ágil quanto pelo seu pequeno número de páginas, em torno de 140 – como também mudei por completo minha visão sobre o trabalho de Stephen King, o que confirmou minha suposição de que eu apenas não havia escolhido obras de um gênero que me agradam para conhecer sua escrita. Estou ansiosa para ler os demais contos de Quatro Estações, bem como outras de suas célebres obras, como O Iluminado e Carrie, A Estranha.
Curiosidades
Demais contos de Quatro Estações adaptados para o cinema:
O Corpo – Filme Conta Comigo
Aluno Inteligente – Filme O Aprendiz
Sobre o Filme
Por ter primeiro assistido ao filme e o amado, fica difícil fazer a comparação segundo os mesmos critérios de quando primeiro realizo a leitura. Contudo, acredito que o resultado final teria sido o mesmo: eu amaria a adaptação de igual forma, chegando a, talvez, preferi-la ao conto.
Começo dizendo que, com poucas mudanças, a adaptação é extremamente fiel. Por ser um conto, tudo o que nele acontece foi possível de ser representado nas telas, sem que houvesse omissões de cenas e fatos. Aliás, esse foi um caso no qual alguns acontecimentos foram acrescidos ao filme e que, em minha opinião, apenas o melhoraram.
Há momentos, no conto, que foram brevemente relatados por King. No filme, entretanto, essas cenas foram mais exploradas e receberam maior destaque, bem como as respectivas personagens que nelas aparecem, intensificando ainda mais a sensibilidade da história. Diria, inclusive, que a adaptação foi feita por uma equipe extremamente sensível, porque conseguiu captar toda aquela criada por King e distribuí-la em cada uma das cenas, envolvendo por completo o espectador.
Poucas foram as mudanças, a começar por Red, interpretado por Morgan Freeman – um forte indício de que o filme seria excelente – e descrito, no conto, como um ruivo irlandês. Entretanto, achei que todas as mudanças foram positivas, já que acabaram reforçando as ideias passadas pelo autor.
O que me fez, talvez, preferir o filme ao livro foi a forma de como ele me emocionou. Cheguei a chorar de soluçar enquanto o assistia e não cheguei nem perto de isso acontecer durante a leitura. Ainda, uma de minhas cenas favoritas no filme foi criada para ele, não existindo no conto.
Acredito que o maior mérito do filme foi ser capaz de transmitir com perfeição a essência do criado por Stephen King. Houve, sim, mudanças com relação ao conto, mas todas caminharam em direção a ele, sem modificarem a personalidade das personagens e a mensagem da história como um todo. Foi necessário ter sensibilidade para captar e reproduzir a de King e o cumprimento com excelência desse quesito fez do resultado final ainda mais sensível.
Assim, esse é um dos raríssimos casos em que a leitura em si não complementa o filme no sentido de dar a ele um maior aprofundamento, uma vez que esse aprofundamento foi muito bem explorado na adaptação. Contudo, não estou dizendo que assisti-la faz da leitura desnecessária; foi um prazer poder observar a habilidade de Stephen King em retratar a natureza humana ao mergulhar nela, o que demonstra seu domínio além das obras de terror que o consagraram como escritor. Portanto, leiam. E assistam ao filme. Ambos valerão a pena, garanto.
Já assisti ao filme, quando o vi adorei. Além de os atores serem ótimos. Mas nunca imaginei que ele seria baseado em um livro. Adorei sua resenha, me fez querer ler muito o livro, apesar de nunca ter lido nada sobre o autor, então não posso falar nada a respeito sobre suas obras. Mas esse livro parece ser maravilho, fiquei realmente curiosa. 🙂
Nossa Mi fiquei até arrepiada, eu não assisti o filme e nem li o livro. Fiquei muito interessada e com certeza vou me emocionar também, farei os dois assim que possível =D Beijinhos
Preciso muito rever o filme e ler o livro. Eu não sabia de nenhuma dessas adaptações e conheço 2 dos filmes! Fiquei impressioanada e grata pela descoberta.
Sobre King, eu realmente curto muito o autor, embora há muitos anos não pegue um livro dele em mãos.
Esse não vi, mas conheço de nome. Adoro quando fazem um filme bem trabalhado assim, sem cortes de cenas e com até mais emoção que o livro. Aí vale muito a pena ver. Fiquei interessada em conferir, se der pra ver aqui né…
Adorei a sua análise do livro e do filme. Estou cansada de ler textos sempre falando que o livro é melhor, que o filme é ruim pq mudou a história e blá blá blá. Ninguém parece entender que livro é diferente de filme e que são feitos pra públicos diferentes, com diferentes intenções. Parabéns de verdade! Gosto de saber a qualidade tanto do livro quanto do filme e você conseguiu passar isso.
Esse é um filme que eu sempre via na locadora e minha mão coçava pra locá-lo, mas sempre acabei deixando pra lá. Você aumentou ainda mais minha vontade de assisti-lo e tenho certeza que vou gostar tanto quanto você.
Esse é o meu filme favorito, lembro-me da primeira vez que assisti: foi na escola, para um trabalho de história, sobre a dependência que alguém sofre ao ficar tanto tempo em um lugar fechado. Me apaixonei pelo filme, não sabia que tinha o livro, adoro o King, inclusive, A janela secreta, também adaptado de livros dele, também é um dos meus filmes favoritos. Agora fiquei curiosa em ler Quatro estações.
Oi Mi, Ainda não li nada do Stephen King acredita? Nem sequer conhecia esse livro de contos e o filme. Mas eu achei a proposta bem interessante. Me lembrou um pouco “À Espera de um Milagre”, tem mesmo semelhança?
Bom é isso! Vou anotar a dica. beijos Ademar Júnior Cooltural
Eu já vi esse filme, ele é ótimo, muito bem feito, mas ainda não tive a oportunidade de ler o livro, pretendo fazer me breve, adoro King, o cara manda muito!
Oi Mi! Já assisti ao filme e gostei bastante. Foi uma surpresa para mim, não esperava por esse final. Ah! E não sabia que vinha do King. Bom, espero um dia poder ler. Bjus….
Não li o livro e nem assisti ao filme, mas após ter lido sua resenha, tanto do filme como do conto que deu origem ao filme, me senti mal por não ter lido nenhum livro do Stephen King ainda, pois sempre pensei que se tratava de um autor que pertencia unicamente ao gênero de terror e por isso nunca me interessei em pesquisar sobre suas obras ou sobre o conteúdo das mesmas. Agora que soube que não é bem esse o caso vou agora no meu amigo Google pesquisar um pouco sobre esse autor e ajeitar meu julgamento precipitado. Adorei o assunto do livro e estou doida para saber se Andy terá sua justiça e saber se seu amigo Red contara com um final feliz, apesar de ambos estarem condenados a prisão perpétua. Confesso que começarei assistindo o filme, porque se eu for esperar para ler o livro primeiro só assistirei o filme o ano que vem, porque a minha lista de leitura pendente esta assustadoramente grande hehehe.
Obrigada, Aione! Pela bela resenha e por citar a origem do enredo.
Uma amiga queria muito ler o livro para curtir melhor o filme que viu dublado. É uma moça cega, super competente no trabalho,
que relaxa vendo filmes e lendo no computador com leitor de tela.
Com sua indicação preciosa, vou poder digitalizar o texto para que ela o aprecie.
Tudo de bom e feliz para vc! Marisa
Já assisti ao filme, quando o vi adorei. Além de os atores serem ótimos. Mas nunca imaginei que ele seria baseado em um livro.
Adorei sua resenha, me fez querer ler muito o livro, apesar de nunca ter lido nada sobre o autor, então não posso falar nada a respeito sobre suas obras. Mas esse livro parece ser maravilho, fiquei realmente curiosa. 🙂