[Resenha] Meu Primeiro Assassinato - Leena Lehtolainen - Minha Vida Literária
Minha Vida Literária
17

set
2013

[Resenha] Meu Primeiro Assassinato – Leena Lehtolainen

Título: Meu Primeiro Assassinato
Autor: Leena Lehtolainen
Editora: Vestígio (Ex Editora Vertigo)
Número de Páginas: 324
Ano de Publicação: 2013
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Depois de alguns anos na polícia federal, onde a rotina de autuações e interrogatórios de pequenos delinquentes a entedia, Maria Kallio retoma seus estudos na faculdade de Direito. Mas sente falta da ação e acaba aceitando substituir um colega no departamento policial de Helsinque. Assim começa sua primeira investigação criminal: um jovem, que passava um fim de semana na casa de seus pais em companhia de sete outros membros de um coral, é encontrado morto, afogado. O culpado só pode ser alguém do grupo. Mas quem? Maria interroga um a um. Sua tarefa é árdua: ela conheceu a vítima e alguns dos suspeitos quando era estudante. E tem a mesma idade deles, o que não a torna muito convincente como inspetora neste caso. Além disso, todos tinham boas razões para detestar a vítima: um jovem rico, talentoso, bem-sucedido e conquistador 

Scandi Crime é o nome dado ao subgênero de thrillers escritos por autores escandinavos, cujo principal representante é, provavelmente, Stieg Larsson e sua trilogia Millennium. Tal gênero ganhou destaque dentre os lançamentos da Vertigo, novo selo do Grupo Autêntica, sendo que todos os livros pertencentes a esse subgênero terão a capa azul. O primeiro título Scandi publicado pela editora foi Meu Primeiro Assassinato, da finlandesa Leena Lehtolainen, primeiro volume da série protagonizada pela inspetora Maria Kallio.
Em sua primeira investigação, a inspetora precisa superar os obstáculos do preconceito gerado por sua pouca idade e por seu sexo, bem como as complicações surgidas do fato de ter conhecido tanto a vítima do assassinato quanto alguns dos possíveis suspeitos de terem-no cometido.
Em primeiro lugar, achei a protagonista um pouco controversa e, ao finalizar a leitura, não consegui decidir se isso foi um ponto positivo de sua construção ou se acabou por torná-la mais difícil de ser compreendida por mim e, consequentemente, fazendo com que eu me distanciasse da história. Em diversos momentos, Maria contrapõe o fato de ser uma mulher com suas atribuições masculinas. Em partes, tal característica é uma criação da própria personagem devido ao meio em que vive, precisando se aproximar de costumes e trejeitos masculinizados para ganhar o respeito em meio ao machismo de sua profissão. Contudo, ao mesmo tempo em que ela ressalta ter uma sensibilidade feminina dentre seus colegas de trabalho, também afirma sempre ter sido diferente de suas irmãs, como se ela fosse o “homem” dentre as filhas de seus pais. Dessa maneira, fiquei com a sensação de que sua personalidade dependia do meio para ser definida: masculina no meio familiar, feminina no meio de trabalho. Fora deles, seria Maria um meio termo entre eles ou um dentre esses dois papeis? Foi esse ponto de interrogação que me deixou igualmente confusa sobre ter gostado ou não dessa indefinição.
Sobre a escrita da autora, me pareceu bem próxima do coloquial, não sei se por um efeito da tradução ou por realmente se dar dessa forma no original. Embora isso tenha contribuído para que a leitura se desse de maneira rápida, acabou, também, por diminuir meu envolvimento com ela, uma vez que não me senti impactada pela escrita de Lehtolainen. Ao invés de me aproximar do enredo, fui me sentindo mais distante dele.
Por fim, o próprio caso e as personagens nele envolvidas também contribuíram para meu distanciamento. Fui acometida, desde os primeiros interrogatórios, por uma sensação de trivialidade, como se o crime em questão não tivesse a gravidade de um assassinato, mas sim de algo banal, de menores proporções. Por consequência, a trama me pareceu um pouco artificial e, também, um pouco imatura, já que não me passou a seriedade existente na morte de alguém.
Talvez a narrativa simplesmente não tenha funcionado para mim e isso acabou por influenciar minha experiência com a estreia de Maria Kallio como inspetora, mas finalizei a leitura com certa frustração. Como tenho consciência de minha leitura ter sido superficial, acredito que isso possa ter igualmente influenciado a minha impressão de o caso em si ter sido leviano.
De qualquer maneira, recomendo a leitura aos interessados nesse subgênero, bem como aos amantes de thrillers policiais como um todo, visto que minha experiência pode não ser a mesma da de outros leitores.




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13 Respostas para "[Resenha] Meu Primeiro Assassinato – Leena Lehtolainen"

Gabriela C. - 17, setembro 2013 às (15:16)

Eu amo livros desse gênero, a maioria dos livros que já comprei são pertencentes a ele.
Mas assassinato é realmente algo sério, que deve ser escrito de tal forma, caso não pareça algo “concreto” vai acabar passando uma impressão ruim sobre o próprio autor…

Cristiane Dornelas - 17, setembro 2013 às (23:00)

O livro é interessante, o tema legal. Mas não me deixou muito animada não….sei lá se leria. Se é bom ou ruim agora não sei, é questão de opinião e de se identificar, envolver. Ficou só no interessante pra mim..

Amanda Z. Dutra - 18, setembro 2013 às (00:05)

Uma pena você não ter curtido tanto o livro, mas como gosto desse “gênero” acho que vou dar uma chance no futuro 😀
Muito boa a resenha

Beijo

Mari ♥ - 18, setembro 2013 às (01:01)

Oi Mi,
Eu gosto bastante desse estilo de leitura, mas confesso que esse não me chamou tanta atenção, sua resenha ficou ótima como sempre.
Bom esse livro passo adiante 🙂
Beijos

Giselle Oliveira - 18, setembro 2013 às (10:47)

Não sou muito fã de thrillers policiais, mesmo gostando das sinopse não os leio não sei explicar o por que só não consigo. E com esse livro não foi diferente gostei da sinopse mas não me vejo lendo-o. Prefiro assisti um filme do gênero do que ler um livro.

Fabi Liberati - 18, setembro 2013 às (11:54)

Oie Mi, bom não curto muito thrillers policiais gosto mais dos psicológicos =D…
Se eu olhasse esse livro na livrarias com certeza não daria bola, pois a capa não me agrado nem a sinopse. Adorei a resenha, muito bem escrita mas esse livro não vai pra minha listinha, quem sabe um dia né =P
Beijinhos flor.

Lili - 18, setembro 2013 às (14:17)

Mi, sabes que eu adoro livros do gênero, mas definitivamente não me motivei a ler o livro pela resenha. A imagem que me passou é que eu ia realmente me decepcionar, embora o título tenha me atraído e a ideia de algo que se aproximasse de Larson. Porém não consegui achar uma característica que me remetesse ao estilo que me fascinou.

Beijos,
liliescreve.blogspot.com

Nika Moura - 19, setembro 2013 às (13:18)

Olá, Mi!
Bem, confesso que me interessei em ler a resenha pelo entusiasmo que demonstrou em algum vídeo (perdão, mas não me lembro qual). Confesso que não senti muita vontade de ler o livro após a resenha. Não sei se quero comprá-lo, mas ainda estou na dúvida. Pois ainda não tive oportunidade de ler livros policias com uma protagonista mulher. Mas mesmo assim, parabéns pela sinceridade na resenha, afinal queremos ver a sua opinião.
Beijos.

Caroline Rodrigues - 21, setembro 2013 às (02:31)

Mi,sou só que estou tendo a impressão que a nova “febre literária” tem sido séries policiais em que o detetive vai desvendando os crimes em cada livro e vivendo a vida, “crescendo” como pessoa em cada livro.. gosto do gênero, mas até então só me rendi ai Harlan Coben mesmo, tbm tenho tantos na fila que tenho que ir aos poucos, rs.

Como confio na sua opinião e tem tantas opções acho que vou passar esse por enquanto!!

bjussss

Lindsay Leão - 22, setembro 2013 às (01:58)

Oi Mi,

Realmente, do jeito que você falou, parece tudo meio confuso mesmo.
E Livros confusos e indefinidos demais me deixam nervosa rsrsrs
Embora eu goste bastante desse gênero!

Não sei se seria uma boa, tentar conhecer esse livro agora, talvez um dia…

Beijos

Mariana FS - 23, setembro 2013 às (12:53)

Oi Mi!
Não me interessei muito pela sinopse e pelos seus comentários acredito que terminaria a leitura compartilhando a sua sensação de frustração porque as coisas que incomodaram você são coisas que normalmente me incomodam também.
É uma pena que a autora não tenha sido bem sucedida na apresentação da sua protagonista. Essa apresentação é, na minha opinião, o elemento mais importante do primeiro livro de uma série (mais até que o caso principal) porque é o que dará o tom da série e o que acompanhará o leitor por todos os livros subsequentes.
Algo que me causou estranheza foi essa trivialidade a que você se referiu. Para mim, a marca (e o maior atrativo) dos thrillers escandinavos é o impacto das histórias que normalmente são fortes e cruas.
Ainda que título não tenha entrado para a minha lista, vou ficar de olho nos lançamentos desse selo. Tenho certeza que vou gostar do que vem por aí 🙂
Beijos

Nara Brasil do Amaral - 24, setembro 2013 às (03:30)

Não curto muito livros desse gênero, mas quando soube que a personagem principal era uma investigadora e não um investigador, fiquei me perguntando se o livro seria parecido com a série ‘Verônica Mars’ – que é uma das minhas séries favoritas. Contudo, quando li sua resenha, acabei com essa minha expectativa de ser algo similar. Ate porque Maria parece, como você mesmo disse, não ter uma personalidade definida e não gosto disso quando vou começar a leitura, ate porque dificulta na hora de se apegar a personagem. Enfim, acho que não seria um livro que eu curtiria :/ …

Tahis - 30, setembro 2013 às (22:12)

Oi Mi!
Adoro livros desse gênero!
assim que li o título do livro já despertou a minha atenção! Adoro livros de investigações e nunca li um que tenha sido uma mulher no comando! Me lembrou de uma série que gosto muito “Cold Case”! Talvez eu de uma chance ao livro futuramente! Adorei a capa!

Beijos!

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