[Resenha] Querida Sue - Jessica Brockmole - Minha Vida Literária
Minha Vida Literária
13

maio
2014

[Resenha] Querida Sue – Jessica Brockmole

Título: Querida Sue
Autor: Jessica Brockmole
Editora: Arqueiro
Número de Páginas:  256
Ano de Publicação: 2014
Skoob: Adicione
Orelha de Livro: Adicione
Compare e Compre: Buscapé

Março, 1912: A jovem poeta Elspeth Dunn nunca viu o mundo além de sua casa, localizada na remota ilha de Skye, noroeste da Escócia. Por isso, não é de espantar a sua surpresa quando recebe uma carta de um estudante universitário chamado David Graham, que mora na distante América. O contato do fã dá início a um intercâmbio de cartas onde os dois revelam seus medos, segredos, esperanças e confidências, desencadeando uma amizade que rapidamente se transforma em amor. Porém, a Primeira Guerra Mundial força David a lutar pelo seu país, e Elspeth não pode fazer nada além de torcer pela sobrevivência de seu grande amor. Junho, 1940, começo da Segunda Guerra Mundial: Margaret, filha de Elspeth, está apaixonada por um piloto da Força Aérea Britânica. Sua mãe a alerta sobre os perigos de um amor em tempos de guerra, um conselho que Margaret não quer ouvir. No entanto, uma bomba atinge a casa de Elspeth e acerta em cheio a parede secreta onde estavam as cartas de amor de David. Com sua mãe desaparecida, Margaret tem como única pista do paradeiro de Elspeth uma carta que não foi destruída pelas bombas. Agora, a busca por sua mãe fará com que Margaret conheça segredos de família escondidos há décadas. Querida Sue é uma história envolvente contada em cartas. Com uma escrita sensível e cheia de detalhes de épocas que já se foram, Jessica Brockmole se revela uma nova e impressionante voz no mundo literário.

Certas histórias de amor se fazem notáveis não simplesmente pelos seus acontecimentos e sentimentos em si, mas também pela maneira como são contadas. Querida Sue pode ser considerado um desses exemplos: um enredo belíssimo, repleto de intensos sentimentos, narrados ao leitor exclusivamente por cartas – seu diferencial.

 

“(…) Se soubesse o que é correr atrás de alguém por uma breve nesga de tempo, se soubesse como o  mundo para de rodar, só por um instante, quando você o tem nos braços, e em seguida recomeça com tanta rapidez que você cai no chão, zonza. Se soubesse como cada alô machuca mais do que uma centena de despedidas. Ah, se você soubesse!

página 18

 

Jessica Brockmole foi extremamente feliz na maneira de como estruturou sua obra, alternando passado e presente. O passado, situado nos anos que antecederam a Primeira Guerra Mundial e o período durante o conflito, traz a a troca de cartas entre a poetisa Elspeth Dunn e David Graham, seu fã americano. Já no presente da história, durante o início da Segunda Guerra Mundial, temos as cartas de Margareth, filha de Elspeth, para diversos destinatários: sua própria mãe; Paul, seu amigo, por quem se descobre apaixonada; além de outras pessoas envolvidas no misterioso passado de Elspeth.
É incrível a forma de como a autora conseguiu descrever situações e personagens, possibilitando o leitor enxergar todo o universo vivido por elas, mesmo que através de cartas. Foram detalhes, muito bem inseridos, capazes de dar essa visão ao leitor, colocados naturalmente entre as cartas, demonstrando o domínio e a habilidade de Brockmole com sua escrita. Também, o fato de haver a alternância entre passado e presente no livro faz com que o leitor se sinta intrigado para entender e descobrir todos os acontecimentos que, aos poucos, vão sendo revelados.
Também, o fato de toda a narrativa ser a visão direta de cada personagem tanto as aproxima do leitor – ao revelarem seus sentimentos e pensamentos mais íntimos – quanto permite enxergá-las externamente, já que demonstram apenas aquilo que desejam através de suas palavras, mas, ao mesmo tempo, deixam indícios do que sentem nas entrelinhas de suas cartas.

 

É você. Não existe poesia em minha vida sem você. Você sempre foi minha musa. Antes de conhecê-lo, eu escrevia poesia com uma caneta, e meus leitores adoravam. Ela significava algo para eles. Depois que o conheci, porém, passei a escrever com a minha alma, e eu adorava. Significava tudo para mim.”

página 243

 

Não fosse apenas toda a excelente estruturação da trama e seu desenvolvimento, as palavras da autora são carregadas de emoções, sentidas a cada página. Aliás, é essa sua maior e mais notável característica, tornando-o, certamente, um dos livros mais românticos e intensos do ano.
Querida Sue tinha todos os elementos para me conquistar e o resultado não poderia ter sido outro. É impossível resistir a sentimentos tão intensos, narrados com belíssimas e impactantes frases, e que fazem parte de uma história que dura quase 30 anos. Minha sensação, ao terminar, foi a de querer mais, de ter um pouco mais da companhia de Elspeth e David. É impossível não querer mais depois de ser tomado por tanto romantismo, por tanta intensidade, por tanto amor.

 

carta




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10 Respostas para "[Resenha] Querida Sue – Jessica Brockmole"

Manu Hitz - 13, maio 2014 às (09:14)

Aione, querida, que delícia de ler e de ver! Onde vc conseguiu essa imagem tão linda que nos remete diretamente à emoção do livro?

Como também acabei de ler Querida Sue, sei exatamente do que você está falando… (suspiros, suspiros!). O livro é lindo! A escrita é encantadora! Daquelas leituras que fazem a gente sorrir com cara de boba, suspirar entre as cartas, torcer por esses amantes tão saudosos em plena guerra! Tanto a dizer, tanta vontade de abraçar, e tb tanto medo do que pode acontecer, tantas incertezas…

Adorei os trechos que você destacou.
Querida Sue cumpre o que promete na sinopse. E vai além, tornando-se um livro candidato a inesquecível. Para mim a leitura valeu cinco estrelas no Skoob e mais o coraçãozinho de preferido. Virei fã de Jessica Brockmole e quero ler seus próximos livros.

Aione Simões - 13, maio 2014 às (09:26)

Manu, a própria editora divulgou a imagem 🙂
Ao procurar no Google pela capa do livro, ela apareceu! Linda, não é?
Sem dúvida alguma, concordo em gênero, número e grau com seu comentário!
Se a história já é linda por si só, torna-se ainda mais grandiosa pela escrita da autora!
Beijão e obrigada pelo comentário ♥

Edilza - 13, maio 2014 às (13:23)

Pensei que não ia me interessar, achei que ia ser aqueles livros românticos clichês.
Mudei de ideia.
Super interessante o livro mostrar como a moça vai achar a mãe dela através de cartas que ela escrevia para o seu amor. E também parece ter uma narrativa muito boa, tenho certeza de que vou amar!
Boa resenha!

Neny - 14, maio 2014 às (12:52)

Que livro lindo, eu gosto quando tem alguma coisinha a mais no livro, neste caso são as cartas, acho a ideia ótima.
Estou bem curiosa para saber como é o desenrolar deste romance, geralmente não leio nada que tenha algo com guerra no meio..acho que é um tema que não gosto nada, mas como não é o tema central, acho que isto não vai atrapalhar minha leitura.
Beijos.

Raquel Machado - 14, maio 2014 às (14:05)

Oi flor,
Nossa fiquei curiosa em conhecer esse livro espero conseguir fazer isso logo.
Beijos
Raquel Machado
Leitura Kriativa
http://leiturakriativa.blogspot.com.br/

Tais - 15, maio 2014 às (09:00)

Oi Mi,

Infelizmente acabei não solicitando esse livro para resenha e acabei me arrependendo =/
A história parece ser tão linda, eu com certeza pretendo ler.

Bjs
Tais
http://www.leitorafashion.com.br

Lise - 18, maio 2014 às (21:29)

Mi, tem como não falares de um livro que te toca pela história e pela escrita e que eu não me empolgue achando que não vá gostar?

Já anotei e estou ansiosa para comprá-lo, porque ando precisando me emocionar e desafogar as lágrimas dentro de mim.

liliescreve.blogspot.com

Aline Rodrigues - 19, maio 2014 às (12:47)

Não é a primeira resenha positiva que leio de “Querida Sue”, confesso que não me chamou a atenção logo de início, mas quem sabe eu faço a leitura e me surpreenda?

http://reliquiasaline.blogspot.com.br/

camila rosa - 26, maio 2014 às (02:37)

Nossa o livro parece ser muito bom, confesso que eu não senti tanto interesse nele, achei que o livro seria legal, mas não acreditava muito nele podemos dizer assim, mas agora lendo a sua resenha, acho que o livro deve valer muito a pena, e o fato dele ser em cartas é muito interessante, me lembra As vantagens de ser invisível, um livro que me agradou muito.
Beijos!!!

Karolyne K. - 28, maio 2014 às (22:59)

Todos os livros da editora me chamam a atenção, com esse não seria diferente.
Um livro tão carregado de emoções assim pede para ser lido, e eu quero conferir tudo isso, sabes? Um livro marcante.

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