Título: Remissão da Pena
Autor: Patrick Modiano
Editora: Record
Número de Páginas: 128
Ano de Publicação: 2015
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Patrick e seu irmão são confiados a amigas de seus pais em Paris após a Segunda Guerra. Das mulheres responsáveis pelos dois meninos pouco se sabe além do que revelam os trechos de conversas entreouvidas por Patrick: que uma delas é uma pessoa triste e que a outra foi artista de circo. Isso e o fato de receberem as visitas frequentes de Jean D. e Roger Vincent durante o dia e de diversos visitantes noturnos. Nesse mundo intangível, os dois irmãos seguem de mãos dadas pela infância através da rue du Docteur-Dornaine e em meio a visitas a castelos, excursões a Paris, leitura de histórias de aventura, tardes ouvindo rádio — sempre à espera de que, um dia, alguém volte para buscá-los.
Jean Patrick Modiano é um autor de origem francesa, filho de um judeu de origem italiana e de uma comediante belga. Ganhador de diversos prêmios, ano passado Modiano foi laureado com o Prêmio Nobel de Literatura. Numa mistura de ficção e biografia, Remissão da Pena me envolveu por completo, de um modo muito singelo e diferente de todas as biografias que já tive oportunidade de ler.
Em apenas 128 páginas, o autor nos leva a Paris da sua infância, numa narrativa em primeira pessoa e provida de uma escrita clara, delicada e ao mesmo tempo muito sólida, proporcionando ao leitor momentos de emoção, questionamento e encanto.
A história trata de Patrick e seu irmão que logo após a Segunda Guerra são deixados aos cuidados de umas amigas muito peculiares de seus pais, entre elas, uma artista de circo. O desenrolar da trama se dá de modo a recuperar as memórias de um período da vida em que a percepção de mundo ainda é delicadamente levada pela inocência: a infância, que entre esses dois irmãos é referida através da cumplicidade; e, principalmente, do que havia de mais comum entre os dois – a espera.
É justamente nessa espera que está concentrado todo o sentido que o autor deu à narrativa. Apesar de a escrita ser bastante concreta – a ponto de imaginarmos as cenas das crianças indo para a escola, a maneira de agir de cada personagem, bem como suas roupas e trejeitos -, somos também levados pelas dúvidas que o próprio autor insere em sua narrativa através de determinadas lacunas que podem ou não ser solucionadas ao final da leitura, dependendo, a meu ver, do envolvimento de cada um com a história e da compreensão que houve do sentido poético reproduzido pelo autor.
Considerei a leitura bastante satisfatória e indico para quem está em busca de novos autores, novas narrativas e uma leitura de uma biografia redesenhada, romanceada e genuína, daquelas que nos pega pela mão, nos leva para o sofá e nos convida a buscar nossas próprias memórias.
Oi Clivia. Adorei a história do livro. Sem dúvida, deve ser muito emocionante. Gosto muito de histórias sobre guerra, sempre são tocantes…
Beijos