Título: Neve na Primavera
Autor: Sarah Jio
Editora: Novo Conceito
Número de Páginas: 256
Ano de Publicação: 2015
Skoob: Adicione
Orelha de Livro: Adicione
Compare e Compre: Amazon ♦ Americanas ♦ Cultura ♦ Saraiva ♦ Submarino
Seattle, 1933. Vera Ray dá um beijo no pequeno Daniel e, mesmo contrariada, sai para trabalhar. Ela odeia o turno da noite, mas o emprego de camareira no hotel garante o sustento de seu filho.
Na manhã seguinte, o dia 2 de maio, uma nevasca desaba sobre a cidade.
Vera se apressa para chegar em casa antes de Daniel acordar, mas encontra vazia a cama do menino. O ursinho de pelúcia está jogado na rua, esquecido sobre a neve.
Na Seattle do nosso tempo, a repórter Claire Aldridge é despertada por uma tempestade de neve fora de época. O dia é 2 de maio. Designada para escrever sobre esse fenômeno, que acontece pela segunda vez em setenta anos,
Claire se interessa pelo caso do desaparecimento de Daniel Ray, que permanece sem solução, e promete a si mesma chegar à verdade. Ela descobrirá, também, que está mais próxima de Vera do que imaginava.
Depois de ter me apaixonado por completo por Violetas de Março, estava totalmente ansiosa pela leitura de Neve na Primavera, algo que provavelmente teria acontecido mesmo desconhecendo a autora: sua capa e sua sinopse são extremamente atraentes, ao menos com relação ao meu gosto pessoal.
Nessa obra, Sarah Jio novamente intercala uma história em dias atuais com uma no passado; contudo, diferentemente de Violetas de Março, a história passada não se dá pela leitura de um diário, mas sim através da narrativa direta, em primeira pessoa, por meio de capítulos alternados: em um, conhecemos a trajetória de Vera Ray na década de 30; em outro, a vida da jornalista Claire Aldridge. Apesar de viverem em épocas diferentes e em situações distintas, a conexão entre ambas se dá pelo “Inverno das amoras-pretas” (Blackberry Winter, no original), uma expressão sobre o clima que significa uma onda repentina de frio ao final de uma estação – no caso, duas nevasca inesperadas no dia 2 de Maio, mas separadas por quase 80 anos.
A narrativa da autora mais uma vez me tragou por completo e o mistério da trama, novamente, alimentou meu ritmo de leitura de forma considerável, visto que minha ansiedade por desvendar, junto de Claire, todo o suspense me consumiu no decorrer das páginas. Embora tenha sido possível supor o desfecho conforme as pistas passaram a ser entregues, isso em nada me desagradou quando as revelações, enfim, se deram. Além disso, precisei que uma boa parte da história fosse contada para começar a elaborar minhas teorias.
A temática central de Neve na Primavera é a maternidade – assunto em comum entre as duas fortes mulheres apresentadas pela autora. Ainda que haja uma quantidade considerável de drama nas vidas de Claire e Vera, Sarah Jio não fez de sua obra excessivamente dramática, ao contrário, trabalhou muito bem todas as dificuldades expostas sem sobrecarregar o leitor com densas emoções. Pude sim compreender as tragédias que tanto uma quanto outra precisaram encarar, e consegui vislumbrar os horrores por elas enfrentados, mas nada disso foi excessivo, a autora conseguiu manter certa leveza em sua obra.
A única parte a me deixar receosa durante a leitura foi o romance na vida de Claire, uma vez que temi os caminhos que a autora escolheria trilhar para sua protagonista. Porém, fiquei extremamente feliz ao final com sua escolha, de forma, inclusive, a me emocionar com a cena dessa resolução.
Também me agradou reencontrar aqui a protagonista de As Violetas de Março, a escritora Emily Taylor, amiga de faculdade de Claire. Embora sua participação seja rápida e não tenha necessariamente um peso para o enredo, foi muito bom vislumbrar personagens que já haviam me conquistado e, é claro, conhecer o que o futuro reservou a elas. Essa aparição pode revelar um pequeno spoiler sobre o final de Violetas de Março, mas como a história que realmente me encantou nele não é exposta em Neve Na Primavera, não acredito que a leitura prévia deste com relação ao primeiro possa, de alguma forma, estragá-la.
Em linhas gerais, Neve Na Primavera prendeu minha atenção por sua história, me despertou sentimentos diversos como revolta (principalmente na história de Vera) e compaixão por suas personagens e me envolveu por completo como um bom romance deve fazer. O livro não conseguiu superar Violetas de Março para mim, mas nem por isso teve seu brilho diminuído. Recomendo!
Curiosidade
Em sua nota ao final do livro, Sarah Jio revela que a inspiração para escrever Neve na Primavera surgiu ao ouvir a música Blackberry Winter, de Hilary Kole, no rádio do carro. O título da música acabou sendo o mesmo da obra no original, e a letra da canção tem bastante a ver com a história como um todo! Ouça abaixo:
Oi Aione,
Não solicitei esse livro para a NC e também não li Violetas de Março mas por sua resenha a escrita dela parece ser envolvente e muito boa.
Quem sabe não surja a oportunidade de ler no futuro?
Att.
Tais
http://www.leitorafashion.com.br