[Resenha] Memória da Água - Emmi Itaranta - Minha Vida Literária
Minha Vida Literária
12

jun
2015

[Resenha] Memória da Água – Emmi Itaranta

MEMÓRIADAAAGUA

Título: Memória da Água
Autor: Emmi Itaranta
Editora: Galera Record
Número de Páginas: 288
Ano de Publicação: 2015
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Num futuro distante, depois de muitas guerras, a Europa foi dominada pela China, e o bem mais precioso dos tempos antigos se tornou tão escasso quanto a liberdade. A água passou a ser controlada e distribuída em cotas pelos militares. Noria é filha de um mestre do chá, uma profissão muito antiga que tem conhecimento sobre a localização das nascentes de água. Ela está sendo treinada para substituir o pai, e dentre todos os ensinamentos, ele revela à filha seu maior segredo: uma fonte natural escondida que fornece água para a família. Desamparada em um mundo destruído, ela começa a questionar o significado de tamanho privilégio. Guardar esse segredo é negar ajuda ao restante de população, e ajudá-los é colocar em risco a própria vida: os militares punem severamente quem for descoberto desfrutando de alguma fonte ilegal de água. Como o pai a ensinou, é preciso ter sabedoria para compreender o verdadeiro poder da água. Mas Noria também aprendeu que a sabedoria representa, acima de tudo, o poder de decidir seu próprio destino, a escolha entre lutar e se entregar.

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Memória da Água tem uma premissa bastante interessante, apresentando-se como uma distopia pouco convencional que, além de trazer como plano de fundo uma sociedade que se pauta no controle e autoritarismo, promete trazer uma discussão bastante relevante para nossos dias atuais: a falta de água.

A história se passa num futuro distante e atingido pelo aquecimento global, ao ponto de quase não haver mais água potável para a população. A pouca água que ainda resta é controlada por poucos e quem a possui controla também toda a sociedade, ditando normas e dominando a vida dos mais fracos.

A narrativa em primeira pessoa é realizada pela Noria, uma menina de 17 anos que por ser filha de um mestre do chá (profissão antiga e muito importante na região passada de geração em geração) tem uma grande responsabilidade, aprender toda a tradição com o seu pai, o qual se incube de transmitir à filha toda a sua sabedoria e valores. Acontece que, através desses ensinamentos, Noria também acaba por descobrir alguns segredos que a deixam em situações pouco confortáveis, fazendo com que a jovem garota tenha que tomar decisões difíceis e importantes durante sua jornada.

A trama de fato é interessante e levanta questionamentos importantes entre um capítulo e outro, que faz com que nos coloquemos no lugar desses personagens que passam por tantos sacrifícios para conseguir um pouco de água. No entanto, senti que faltou um pouco mais de ação na história; já que existe um conflito tão grande em torno dos recursos hídricos que são escassos creio que a tensão num ambiente assim seria constante e notável, o que pode até ocorrer nessa história, mas de modo muito tímido. Os personagens também não me cativaram o suficiente, até mesmo Noria me pareceu pouco ativa para a situação na qual estava inserida.

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Acredito que se a autora tivesse desenvolvido um pouco mais alguns outros aspectos da trama, como o contexto histórico no qual foi formada aquela realidade, os conflitos existentes e todo esse caráter de distopia bastante característico, teria tornado a história um pouco mais dinâmica.

A impressão final acerca da leitura me fez concluir que se trata de um livro com altos e baixos, que pretendia passar determinada mensagem de cunho social ou mesmo de alerta para a sociedade, mas que, por vezes, se perdeu e ficou inerte a um enredo um pouco mais cômodo. De todo modo, há sempre algo de positivo para se retirar de toda leitura que fazemos e achei admirável uma autora retratar um tema tão importante como a questão da escassez de água e também sua importância no planeta terra num livro para jovens, público para o qual este livro é direcionado e para quem pode funcionar melhor do que funcionou comigo. Dessa forma, é uma leitura leve e que pode agradar a quem procura uma temática diferenciada.





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11 Respostas para "[Resenha] Memória da Água – Emmi Itaranta"

Thais Belamrina - 12, junho 2015 às (12:11)

Esse livro não me prendeu como pensei q seria, graças a capa.
Mas não sei se daria uma chance para lê-lo!
Adorei conhecer um pouco do livro pelo seu ponto de vista, mais um lançamento da Galera!
Ainda não conhecia o autor! 😀

Aciclea Vieira - 12, junho 2015 às (12:46)

Clívia e Aione,O que fazer quando se tem um segredo de algo que todos precisam e querem e você fica dividida se conta ou não? Pensa quase o tempo todo que decisão tomar e se não contar,aguentará as consequencias?O mais importante e interessante é que esse livro tratará da falta de água.É uma distopia que trata de um futuro distante porém parece ser um problema bem atual,quem sabe não estamos próximos de uma situação como essa?Pena que a autora tenha se perdido um pouco,mas penso que vale apena conferir.Beijos!!!

Larissa Oliveira - 12, junho 2015 às (14:45)

Oi, Clivia! Achei a proposta da autora muito interessante. Uma pena ela não ter conseguido desenvolver a história tão bem quanto você esperava. Mas, como você mesmo disse, há sempre algo de positivo em toda leitura que façamos, e eu acredito nisso.

Tamara Costa - 12, junho 2015 às (19:23)

Eu sempre achei que a falta de água era um tema e tanto para uma distopia já que é um recurso que está cada vez mais escasso e não damos valor a ele por acharmos que não vai acabar…pelo que você disse na resenha parece um bom livro porém é um pouco apático, o que é engraçado já que achei a mesma coisa de um livro que li que tinha o tema parecido (não verás país nenhum) o assunto era ótimo mas era um livro muito parado.
Eu queria ler um livro com o mesmo tema mas que fosse realmente melhor desenvolvido.

o/ até

Francielle Moreira - 12, junho 2015 às (19:56)

Curti a capa, porém só a capa mesmo, o livro me decepcionou

Thays Suenaga - 21, junho 2015 às (09:51)

agora tô meio dúvida se vou gostar desse livro ou não! rsrs Não curto quando o livro é muito lento e não tem muita ação, mas pela escrita da autora ser poética eu fiquei com vontade de conferir.

Cristiane Oliveira - 23, junho 2015 às (12:51)

Oi Clivia. Fiquei bem curiosa quando vi o lançamento deste livro. Uma distopia com problemas de escassez de água é totalmente atual. É uma pena que pela sua resenha, parece que a autora não desenvolveu bem o tema. Mas continuo curiosa para ler sim.
Beijos 🙂

Rebeca Kelly - 23, junho 2015 às (22:57)

Amo distopias quando estas são bem construídas. Entretanto, não fui cativada pelo enredo, pois como vc apontou, os personagens não são tão complexos e a trama poderia ter sido melhor explorada. Embora a escassez de água seja um tema extremamente relevante, percebe-se, de acordo com a tua resenha, que esta não foi abordada de um modo atraente.

Mirian Caroline Rodrigues - 28, junho 2015 às (14:58)

Olá Clivia tudo bem?
Adorei ter recebido esse livro de surpresa da galera, amei tudo nele, a capa, a sinopse, os mimos … HAHAHA … tenho certeza que vou adorar a leitura. Estou louca para ler, é só arrumar um tempinhos 🙁 Beijos

Mariana Póvoa Cavalcante - 16, julho 2015 às (20:15)

Como você mesma disse, é mesmo admirável uma autora retratar um tema de tanta importância pra sociedade. Em meio a uma moda de new adults (que eu também gosto) é bom ver algo assim um pouco diferente. Mesmo que o livro poderia ser melhor acho importante uma leitura assim pra abrir um pouco a mente!

deborah esteves - 18, março 2017 às (14:47)

gostei da sua resenha e linkei no meu blog =)

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