Título: A Colina Escarlate
Autor: Nancy Holder
Editora: Record
Número de Páginas: 308
Ano de Publicação: 2015
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Edith Cushing, uma jovem da era vitoriana, alimenta o sonho de escrever um livro. Ainda que, segundo ela mesma, seja uma misantropa irritadiça, não é diferente das jovens de sua época. Porém, há algo tenebroso em seu passado. Aos 10 anos, Edith sofreu dois grandes traumas: o falecimento de sua mãe e, três semanas depois, o encontro com um fantasma — a Sr. Cushing, sua própria mãe. Ainda hoje Edith se lembra daquela noite: o tique-taque do relógio, o ranger das tábuas do assoalho, o farfalhar do robe de seda com o qual a mãe fora enterrada, o estalido dos ossos sob a pele que já definhava, a mão decomposta em seu ombro…e um recado enigmático.Sem medir esforços para realizar seu sonho, ela acaba conhecendo Sir Thomas Sharpe, um homem misterioso, dono de terras na Inglaterra e de uma mente criativa como a dela. Isso logo desperta o interesse da jovem, que busca mais informações sobre ele e sobre Allerdale Hall, a propriedade ancestral da família Sharpe. No entanto, o que Edith não encontra em suas pesquisas são os segredos terríveis guardados pelo nobre inglês, que irão assombrá-la para sempre.
A Colina Escarlate é um romance adaptado do filme homônimo com roteiro de Guilherme Del Toro e Matthew Robbins. O filme foi lançado em outubro deste ano e estrelado por Mia Wasikowska, Jessica Chastain e Tom Hiddleston; o livro, por sua vez, é de autoria de Nancy Holder que, reconhecida por seus Best-sellers, publicou mais de oitenta livros e mais de cem contos, muitos deles baseados em Highlander; Buffy, a caça-vampiros e Angel.
O livro possui uma gama de elementos atrativos para quem gosta de suspenses e nos revela uma trama cheia de mistérios, que nos convidam a fazer a leitura em horário noturno e acompanhados de uma boa dose de silêncio e uma xícara de café bem quente. Edith, uma jovem escritora da era vitoriana que desde a infância é assombrada por fantasmas e cujo maior sonho é a publicação do seu livro, se envolve com o enigmático Thomas Sharpe, o qual mora com sua irmã numa antiga mansão no alto de uma colina. Através desses elementos já conseguimos vislumbrar o quão interessante essa história pode se revelar.
A narrativa em terceira pessoa se mostra envolvente e de fácil compreensão, e a escrita, apesar de um tanto descritiva, não deixa de ser objetiva e clara. A trama envolve drama, suspense, fantasia e romance. Cabe colocar que o tempo todo a autora tenta nos aproximar dos personagens, sobretudo de Edith, a qual, vez por outra, aparece de algum modo fazendo reflexões sobre sua vida e os acontecimentos correntes que a envolvem. Desse modo, Edith, torna-se uma personagem bastante cativante, uma mocinha a frente do seu tempo, que, apesar de ter alguns traumas, tem objetivos de vida bem definidos e planejados – até algumas surpresas ocorrerem em sua vida.
De modo geral, temos uma boa história, com elementos que nos prendem a atenção e nos fazem querer saber o final o mais rápido possível. Mas não colocaria o livro no topo dos livros de terror e suspense, acredito que a atmosfera criada é capaz sim de proporcionar momentos de tensão ao leitor, porém sempre de um modo mais melancólico e reflexivo, dispondo pelas entrelinhas detalhes que fizeram toda a diferença.
Por fim, costumo pensar que livros como este têm como principal característica nos despertar a curiosidade. Nos perguntamos ao ler a sinopse: o que há nessa misteriosa colina? Quem são os irmãos Sharpe? Qual será o destino dessa jovem escritora? E de antemão, já vamos tirando nossas conclusões, o que pode ou não decepcionar, a depender das expectativas criadas em torno da trama. No meu caso, fui esperando mais um romance shakespeariano do que um livro de terror daqueles de tirar o fôlego, e isso apaziguou um pouco a ansiedade por cenas aterrorizantes. Desse modo, quero dizer que o livro funcionou bem para mim e foi uma ótima leitura, fui transportada para a época e pude vislumbrar toda a ambientação criada; entretanto, é possível que cause alguma decepção em quem busca algo mais sombrio. A meu ver, os enigmas dispostos sobre a trama foram bem dosados e as ligeiras reflexões sobre a natureza humana só agregaram coisas positivas. Essa é uma história de descobertas, para nós leitores e para os personagens desse romance. Afinal, “descobrir o que tememos é descobrir quem somos”- Guillermo Del Toro.
Oi Clivia!!
Me interesso muito por livros de suspense. Já assisti o filme e pretendo ler o livro, mesmo que não seja o melhor livro desse gênero, concordo que o que vale é despertar a curiosidade!
Beijoss