Título: Era uma vez no outono
Autor: Lisa Kleypas
Editora: Arqueiro
Número de Páginas: 288
Data de Publicação: 2016
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A jovem e obstinada Lillian Bowman sai dos Estados Unidos em busca de um marido da aristocracia londrina. Contudo nenhum homem parece capaz de fazê-la perder a cabeça. Exceto, talvez, Marcus Marsden, o arrogante lorde Westcliff, que ela despreza mais do que a qualquer outra pessoa.
Marcus é o típico britânico reservado e controlado. Mas algo na audaciosa Lillian faz com que ele saia de si. Os dois simplesmente não conseguem parar de brigar.
Então, numa tarde de outono, um encontro inesperado faz Lillian perceber que, sob a fachada de austeridade, há o homem apaixonado com que sempre sonhou. Mas será que um conde vai desafiar as convenções sociais a ponto de propor casamento a uma moça tão inapropriada?
Depois de conhecer a história de Annabelle em Segredos de uma noite de verão, primeiro volume da série As quatro estações do amor de Lisa Kleypas, estava ansiosa por Era uma vez no outono, livro de Lillian Bowman, a mais velha das irmãs americanas que, juntamente de Anabelle e Evangeline, compõem o quarteto das Flores Secas, como se auto-denominaram as solteironas em busca de um casamento.
Tanto Lillian quanto sua irmã, Daisy, saíram dos EUA acompanhadas de seus pais em busca de um marido da aristocracia inglesa. Embora bastante ricas, as irmãs não possuem os modos esperados de uma dama da alta sociedade, o que pode dificultar – e muito – a jornada matrimonial de ambas. E, como se não bastassem esses obstáculos, Lillian acaba por novamente encontrar Marcus, o conde de Westcliff, quem ela ardentemente despreza, sendo também desprezada por ele, e ambos passam a despertar no outro intensos sentimentos que eles não estão dispostos a encarar, iniciando uma árdua batalha entre suas razões e corações.
Em terceira pessoa, a narrativa se dá sobretudo trazendo a visão de Lillian sobre os fatos, mas também permitindo ao leitor encarar a trama pela ótica de Marcus. Independentemente de quem nos apresenta a história, há um tom brincalhão que a permeia, o que garante tanto leveza ao livro quanto bons momentos de diversão. Ainda, todo o romantismo de Lisa Kleypas se faz presente, possibilitando ao leitor, também, desfrutar de momentos intensos e românticos como bons romances de época devem proporcionar.
Enquanto em Segredos de uma noite de verão acabei desgostando, em partes, da história por conta da personalidade de Annabelle, esse problema não aconteceu em Era uma vez no outono, já que adorei a personalidade irreverente e espontânea de Lillian – a mocinha simplesmente não aceita abaixar a cabeça frente suas convicções e àquilo que considera frívolo, além de ser extremamente sincera com tudo e todos ao seu redor. O temperamento de Marcus, ainda, combinou perfeitamente com o de Lillian, o que significa uma explosão de sentimentos entre eles, que ora estão agindo feito cão e gato, ora são amantes entregues a uma incontrolável paixão, caracterizando muito bem a relação “entre tapas e beijos” do casal.
Contudo, ainda que o livro tenha proporcionado, nesses aspectos, uma leitura mais agradável do que seu antecessor, a história em si acabou perdendo parte de seu encanto por não trazer nenhum grande diferencial com relação ao primeiro. Novamente, temos um casal em conflito por pertencerem a classes sociais diferentes e que, inicialmente, nutrem certa aversão pelo outro, tendo que lutarem com suas impressões iniciais antes de se renderem aos sentimentos sinceros que acabam por desenvolver. Além disso, senti que a participação das amigas, as Flores Secas – um dos pontos altos do primeiro volume -, foi muito menor nesse: enquanto em Segredos de uma noite de verão as quatro se unem para elaborar planos casamenteiros para Anabelle, aqui elas apenas contam com o apoio e as confidências umas das outras, sem terem um papel mais ativo na busca de Lillian por um marido. Quem mais participa das tramoias da protagonista é sua irmã, Daisy, justamente pelo laço familiar que compartilham.
De modo geral, Era uma vez no outono foi uma boa leitura e uma agradável sequência para a série As Quatro Estações do Amor, principalmente pela personalidade de sua protagonista, mas que deixou a desejar em outros aspectos, se comparado ao primeiro livro. Como ambos tiveram seus pontos altos e baixos, não me arrisco a escolher um preferido entre os dois. De qualquer maneira, estou ainda mais ansiosa por Pecados no Inverno, próximo livro da série, protagonizado por Evangeline, a personagem que mais me cativou até então. Sua história promete justamente por ela ser a mais diferente das quatro personagens: tímida, reservada, precisando lutar contra sua própria família. Ainda, o final de Era uma vez no outono já deixou indícios de como sua história será desenvolvida e eu não poderia ter ficado mais surpresa com o destino que Lisa Kleypas aparentemente escolheu dar a ela.
Amo essa série de livros sobre estações do ano, capas maravilhosas, e pelas resenhas que li, deve ser de leitura boa