No Dia Internacional da Mulher, trago um post bastante especial: o desafio Eu e as Mulheres da Literatura, criado pelo blog Queria Estar Lendo. A ideia é divulgar protagonistas e livros escritos por mulheres, de forma a mostrar o quanto essa literatura é vasta e distante da ideia de que “mulheres só escrevem romance”.
O desafio pode ser respondido diariamente ou todo de uma vez. Pode ser feito através de postagens nas redes sociais, no blog, através de fotos ou vídeos. O importante é que a hashtag #MulheresdaLiteratura seja utilizada para que os posts sejam encontrados!
Optei por respondê-lo de uma vez hoje, através de imagens. Vamos conferir?
1 – O primeiro livro escrito por uma mulher que você leu.
Muito provavelmente, foi outro o primeiro livro escrito por uma mulher a que tive contato quando criança. Porém, além de não me recordar do primeiro, Pollyanna Moça é um dos únicos livros que conservo da minha infância (infelizmente), e ele e seu antecessor, Pollyanna, são um dos poucos que me recordo de ler naquela época.
2 – O seu livro preferido escrito por uma mulher.
3 – O seu livro preferido protagonizado por uma mulher.
4 – Sua autora preferida.
Com exceção de Harry Potter, que não é protagonizado por uma mulher e, portanto, não se enquadra no 3º item, fiquei na dúvida de qual livro incluir nessas categorias. Sophie Kinsella, Jane Austen e J.K. Rowling são, sem dúvidas, minhas autoras favoritas, e O Segredo de Emma Corrigan, Persuasão (ambos protagonizados por mulheres) e a série Harry Potter são tanto meus livros favoritos dentre suas obras quanto figuram na minha lista de favoritos da vida inteira.
5 – Um livro com uma amizade forte entre mulheres.
6 – Um livro com uma heroína que salva a si mesma.
7 – Um livro com uma heroína que não tem medo de armas e lutas.
Só o título de Amigas Para Sempre já indica essa forte amizade do item nº 6. Em O que há de estranho em mim, Brit conta consigo e com suas amigas para sobreviver ao reformatório no qual foi internada pela própria família. E em Jogos Vorazes, Katniss coloca de lado qualquer possível temor não simplesmente para se salvar, mas para fazer justiça e proteger Prim, sua irmã caçula e a pessoa que ela mais ama no mundo.
8 – Um livro de romance escrito por uma mulher.
9 – Um livro de romance policial escrito por uma mulher.
10 – Um livro de fantasia escrito por uma mulher.
11 – Um livro sobrenatural/sci-fi escrito por uma mulher.
12 – Um livro de terror escrito por uma mulher.
P.S. Eu te amo é um dos meus romances favoritos, e minha obra favorita de Cecelia Ahern. Embora meu primeiro pensamento para o item nº 9 tenha sido Agatha Christie, a Dama do Crime, optei por Beije-me Antes de Morrer, continuação de Se eu morrer antes de você, série de Allison Brennan e uma das minhas favoritas dentre os thrillers policiais. Deusa do Mar, de P.C. Cast, é o primeiro volume da série Goddess, que mescla romance e fantasia em suas histórias, trazendo sempre a releitura de um diferente mito/conto. Adormecida, de Anna Sheehan, é uma distopia (e talvez a obra mais próxima da minha coleção que se enquadre no item nº 11). Por fim, Atormentada, de Jeannine Garsee, tanto mescla terror quanto thriller psicológico em sua narrativa.
13 – Um livro com a heroína na capa.
14 – Um livro com uma heroína que não se conforma em ser o que esperam dela.
15 – Um livro escrito por duas (ou mais) mulheres.
Desde Perdida, a combinação de um vestido branco com um All-Star vermelho se tornou sinônimo de Sofia! Em Muito Mais Que Uma Princesa, Lucia está longe de querer ser a recatada jovem que a sociedade espera dela. E, por fim, O Livro das Princesas traz contos independentes, mas cada um deles foi escrito por uma diferente e renomada autora de peso!
16 – Um livro com a sua heroína preferida.
17 – Uma autora que te inspira.
18 – Um livro com uma heroína na qual você se espelha.
Jane Eyre é, sem dúvidas, uma heroína memorável; sou completamente apaixonada por sua história, possível apenas por conta de sua personalidade e atitudes incríveis! Martha Medeiros, por sua vez, é sempre uma fonte de inspiração, considerando-se que suas palavras parecem sempre compreender muito bem a alma humana. E em Por Linhas Tortas, Cynthia França me apresentou Ester, uma mulher cuja força superou diversos obstáculos e que se tornou, para mim, um exemplo a ser seguido.
19 – Um livro com uma heroína que as meninas deveriam conhecer desde novas.
20 – Um livro com uma protagonista que você não esperava ser tão forte quanto foi.
21 – Um livro com uma heroína que você começou odiando e terminou amando.
22 – Um livro onde a heroína salva o herói.
Ainda não li Eu Sou Malala, mas não é necessário ler o livro para saber que Malala Yousafzai deve ser conhecida por todos, desde pequenos. A ativista paquistanesa foi a pessoa mais nova a ser laureada com um premio Nobel, e sua história de vida e sua luta são, no mínimo, inspiradoras. Em Quarto, a personagem da Mãe me surpreendeu por sua força tanto para sobreviver e salvar o filho Jack quanto para enfrentar as dificuldades que foram além do seu cativeiro. É muito fácil se revoltar com a atitude fria e indiferente de Anya, mãe de Nina e Meredith em O Jardim de Inverno, de Kristin Hannah; contudo, ao conhecer sua história, minha vontade foi, apenas, de abraçá-la bem forte e confortá-la para sempre. E em As Batidas Perdidas do Coração, seria mais correto dizer que o herói é quem se salva, de fato, porém seria injusto não atribuir à heroína parte desse mérito, já que foi graças aos seus esforços que ele se permitiu se salvar e encontrou neles a força necessária para isso.
23 – Um livro com uma mulher transsexual.
24 – Um livro com uma mulher bissexual/homossexual.
Não me recordo, infelizmente, de ter algum livro com uma personagem trans. Assim, escolhi A Garota Dinamarquesa, que originou o filme homônimo indicado ao Oscar de Melhor Filme. Infelizmente, também, tenho poucos livros que se enquadrem na categoria nº 24. Ainda assim, escolhi A Casa das Marés, de Jojo Moyes, que traz um casal feminino bastante importante na trama e cuja história me emocionou bastante.
25 – Um livro com uma personagem feminina que seja uma figura de poder.
26 – Um livro com uma mulher que escolheu a família.
27 – Um livro com a melhor vilã.
A Balada de Adam Henry foi minha única escolha, nesse desafio, de um livro escrito por um homem, mas apenas porque Fiona Maye, a protagonista, é juíza do Tribunal Superior especialista em Direito da Família, e achei a leitura incrível. Em De Volta Para Casa, Cassie Madison fugiu de sua cidade natal justamente por conta de problemas familiares. Porém, a saúde debilitada de seu pai fez com que ela fosse obrigada a retornar às suas origens e, pouco a pouco, a força familiar age sobre ela, a ponto de seu orgulho e personalidade conquistados em Nova York perderem o brilho. E dizem que genialidade e loucura caminham lado a lado; exatamente por isso, escolhi Garota Exemplar para esse item.
28 – Um livro com uma protagonista negra.
29 – Um livro com uma protagonista que superou abusos físicos e/ou emocionais.
30 – Um livro com uma protagonista que não queria salvar o mundo.
A Cor Púrpura, de Alice Walker, se tornou um dos meus livros favoritos – a obra é simplesmente incrível, e retrata com muita veracidade e sensibilidade o preconceito racial e a desigualdade de gêneros existentes no mundo (ainda que a história se passe nos EUA, durante as quatro primeiras décadas do século XX). Em No Escuro, de Elizabeth Haynes, a protagonista enfrenta as consequências dos abusos físicos e emocionais que sofreu em seu último relacionamento. Essa leitura fez com que eu escrevesse sobre a violência contra a mulher para minha coluna dos Delírios, na qual posto crônicas reflexivas de minha autoria. Por fim, em A Seleção, America só queria continuar com sua vida normal, ao lado de sua grande paixão, e foi obrigada a sair de sua zona de conforto, de forma a ter não apenas sua vida modificada para sempre como também a dos demais ao seu redor.
31 – Um livro com uma personagem feminina (ou a autora) que represente o que é ser mulher para você.
Em Um Teto Todo Seu, Virginia Woolf examina a dificuldade que escritoras e intelectuais mulheres enfrentaram ao longo dos séculos pelos homens reterem, em sua maior parte, o poder legal e econômico, bem como o futuro das mulheres na educação e sociedade. E mais do que possíveis características sobre nossa personalidade, ser mulher, para mim, é justamente o enfrentar dessa desigualdade e dessa desvalorização, que infelizmente ainda fazem parte do nosso dia a dia – as vezes de forma mais perceptível, as vezes tão silenciosas ou tão comuns a nossa rotina que nem ao menos nos damos conta de que elas estão lá. E, por isso, deixo aqui minha mensagem final: o Dia Internacional da Mulher é um dia de luta, acima de qualquer homenagem que possam querer nos fazer (até porque é no mínimo hipocrisia homenagear a mulher um dia no ano e, em todos os outros, continuar a tratá-la de maneira inferiorizada, como, por exemplo, ao oferecer menores salários a ela, ao privá-la de seus direitos, ao tratá-la como um objeto hipersexualizado). E essa luta, mulheres, deve persistir dia após dia, por meio de nossa união. Já foram muitas as nossas conquistas ao longo dos anos, mas ainda temos muito a conquistar. E tenho certeza: vamos conseguir!
Amei esse desafio,a maioria dos livros que li são de mulheres, não é proposital, é que parece que nos entendem, fazem uma escrita cativante, e olha que livros perfeitos você citou, os melhores com certeza