Título: Poética
Autor: Ana Cristina Cesar
Editora: Companhia das Letras
Número de Páginas: 503
Ano de Publicação: 2013
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Ana Cristina Cesar deixou em sua breve passagem pela literatura brasileira do século XX uma marca indelével. Tornou-se uma das mais impor-tantes representantes da poesia marginal que florescia na década de 1970, justamente pela singularidade que a distanciava das ‘leis do grupo’. Criou uma dicção muito própria, que conjugava a prosa e a poesia, o pop e a alta literatura, o íntimo e o universal, o masculino e o feminino – pois a mulher moderna e liberta, capaz de falar abertamente de seu corpo e de sua sexualidade, derramava-se numa delicadeza que podia conflitar, na visão dos desavisados, com o feminismo enérgico, característico da época. Entre frag-mentos de diário, cartas fictícias, cadernos de viagem, sumários arrojados, textos em prosa e poemas líricos, Ana Cristina fascinava e seduzia seus interlocutores, num per-manente jogo de velar e desvelar. ‘Cenas de abril’, ‘Correspondência completa’, ‘Luvas de pelica’, ‘A teus pés’, ‘Inéditos e dispersos’, ‘Antigos e soltos’ – livros fora de catálogo há décadas estão agora novamente disponíveis ao público leitor, enriquecidos por uma seção de poemas inéditos, um posfácio de Viviana Bosi e um farto apêndice. A curado-ria editorial e a apresentação couberam ao também poeta, grande amigo e depositário, por muitos anos, dos escritos da carioca, Armando Freitas Filho. Esta obra reúne os vo-lumes independentes do começo da carreira aos livros póstumos da autora.
Ana Cristina Cesar foi uma importante poetisa carioca, escolhida este ano como a autora homenageada da Festa Literária Internacional de Paraty – FLIP. Sua obra, sem dúvidas, é um legado relevante e marcante da literatura brasileira. Essa edição organizada pela editora Companhia das Letras reúne tudo o que a autora publicou em vida e, ainda, vários textos inéditos encontrados em suas anotações e arquivos.
Meu percurso de leitura com essa obra teve altos e baixos; se por horas houve certo estranhamento, por vezes me peguei também elogiando mentalmente o potencial criativo da autora. Mas, se a leitura e minha compreensão sobre ela encontraram algumas obstruções, o resultado final, por sua vez, se mostrou visceral.
O livro nos possibilita uma ampla visão e aproximação com a obra de Ana C. e compõe uma preciosidade aos leitores que se interessam pelos seus escritos, sendo repleto de textos de inúmeras composições, sejam eles em forma de poemas, cartas, pequenas anotações e rabiscos. Sem falar da edição, que está belíssima e muito caprichada.
Sua escrita possui muita singularidade e personalidade: por vezes demonstra devaneios cotidianos, pensamentos soltos e reflexões melancólicas e, ao mesmo tempo, transparece sensibilidade, agilidade e intimidade com a escrita, além de uma visão de mundo desprendida a padrões pré-concebidos, o que a colocou em seu tempo como poeta marginal.
No decorrer da leitura, senti pontadas de amargura, de aflição, de contentamento, de surpresa, de contemplação. Foi um misto de emoções que me fizeram admirar demais a capacidade da autora de transcrever de modo tão real e verdadeiro aquilo que lhe inquietava. Precisei insistir na leitura até me envolver completamente e me familiarizar com o modo de escrever da autora e, ao finalizá-la, surpreendi-me por ter me apegado tanto à sua obra, à lucidez que ela traz sobre a vida, à dureza do existir, às peculiaridades femininas, à profundidade do sentir. É tudo muito íntimo, bonito e expressivo, é poesia e não é qualquer poesia, é a poesia de Ana C.
eu queria tanto um livro da ana cristina cesar ela e a minha amiga literaria mas eu nao tenho nenhum livro dela o livro que eu mais gosto dela e a teus pes tomare que um dia eu consiga um livro dela