Resenha “Em Águas Sombrias”
Título: Em Águas Sombrias
Autor: Paula Hawkins
Editora: Record
Número de Páginas: 364
Ano de Publicação: 2017
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Nos dias que antecederam sua morte, Nel ligou para a irmã. Jules não atendeu o telefone e simplesmente ignorou seu apelo por ajuda. Agora Nel está morta. Dizem que ela se suicidou. E Jules foi obrigada a voltar ao único lugar do qual achou que havia escapado para sempre para cuidar da filha adolescente que a irmã deixou para trás.
Mas Jules está com medo. Com um medo visceral. De seu passado há muito enterrado, da velha Casa do Moinho, de saber que Nel jamais teria se jogado para a morte. E, acima de tudo, ela está com medo do rio, e do trecho que todos chamam de Poço dos Afogamentos…
Com a mesma escrita frenética e a mesma noção precisa dos instintos humanos que cativaram milhões de leitores ao redor do mundo em seu explosivo livro de estreia, A garota no trem, Paula Hawkins nos presenteia com uma leitura vigorosa e que supera quaisquer expectativas, partindo das histórias que contamos sobre nosso passado e do poder que elas têm de destruir a vida que levamos no presente.
Paula Hawkins conquistou lugar de destaque como autora de thrillers psicológicos após o sucesso de A Garota no Trem. Seu recém lançamento, Em Águas Sombrias, cuja estreia mundial aconteceu no último dia 2 e trazido ao Brasil pela editora Record, não só é capaz de confirmar sua posição de renome como pode, também, alavancá-la ainda mais.
A relação entre as Jules e Nel sempre foi frágil e complicada – motivo pelo qual Jules sempre evita a irmã. Até que Nel aparece morta no rio que corta a cidade, obrigando Jules a retornar para o lugar onde ela acreditava já ter deixado para trás. Acontece que, pouco tempo antes da morte de Nel, uma adolescente morreu no mesmo lugar. Agora, a morte de ambas não só abre perguntas para a verdade por trás de seus trágicos fins como também passa a desenterrar segredos do passado.
É principalmente a escrita de Paula Hawkins que garante a força de Em Águas Sombrias. Alternando primeira e terceira pessoa de acordo com as narrativas das mais diversas personagens, nos vemos rodeados por múltiplas impressões, montando um quadro tão instável e turvo como se estar sob as águas de um rio revolto. Encaramos os medos e questionamentos das personagens e somos levados por eles, sem saber se eles nos dão uma base sólida para montar uma imagem preciso dos fatos ou uma tão variável quanto as impressões demonstradas.
Dessa maneira, ao mesmo tempo em que segui a leitura muitas vezes confusa, já que é grande a gama de personagens e demoramos um pouco para nos situar sobre os acontecimentos, fiquei também presa a ela do início ao fim, sem conseguir suspeitar do que poderia estar sendo contado ou ocultado. Já que, a todo momento, há impressões e perspectivas variando, não há brechas para que o leitor construa um norte – ele é simplesmente levado pelas direções que o livro aponta, e que mudam conforme novas visões e ponderações são apresentados. O caminho do Em Águas Sombrias é tão instável quanto a certeza de alguém sobre a vida pode ser, e sua capa certamente retrata muito bem a atmosfera trazida em seu conteúdo.
Ainda, da mesma maneira que em A Garota no Trem, Paula Hawkins aborda diversas questões de gênero em Em Águas Sombrias, sobretudo machistas e misóginas, demonstrando o quanto as mulheres, principalmente, são negativamente afetadas por essa cultura que nos cerca. Esse, assim como o primeiro da autora, é um livro sobre violência contra a mulher e sobre as diferentes maneiras que ela tanto pode se apresentar quanto se mascarar.
Vale dizer, por fim, que mais do que a solução em si do caso, temos a busca das personagens em se reconciliarem com seus passados e memórias, lidando com seus próprios traumas e receios. Em Águas Sombrias, é, também, uma história de reconciliação e redenção, e uma exposição sobre a complexidade do caráter humano, no qual, muitas vezes, bem e mal estão intricados que se tornam indissociáveis.
De maneira geral, Em Águas Sombrias me proporcionou uma leitura menos frenética do que A Garota no Trem no sentido de a narrativa em si ser mais entrecortada e, justamente por isso, acabei ficando presa ao mistério do livro, sendo capaz de seguir sem decifrá-lo. Paula Hawkins aprimorou suas habilidades em construir uma história repleta de suspense, elevando o caráter psicológico da trama ao máximo, e certamente me deixou ainda mais curiosa para entrar em contato com suas obras futuras.
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Oi, Aione!
Como sempre a sua resenha está ótima. Muito bem escrita e instigante.
Me deixou com mais vontade de ler ainda. E essa capa? Record sempre arrasando!
Beijos!
PS: Estou louca para ler o seu livro! Espero que seja lançado ainda este ano. E parabéns por mais essa conquista!