[Resenha] A Promessa da Rosa - Babi A. Sette - Minha Vida Literária
Minha Vida Literária
27

jun
2017

[Resenha] A Promessa da Rosa – Babi A. Sette

Título: A Promessa da Rosa
Autor: Babi A. Sette
Editora: Novo Século
Número de Páginas: 432
Ano de Publicação: 2015
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Século XIX: Status, vestidos pomposos, carruagens, bailes… Kathelyn Stanwell, a irresistível filha de um conde, seria a debutante perfeita, exceto pelo fato de que ela detesta a nobreza; é corajosa, idealista e geniosa. Nutre o sonho de ser livre para escolher o próprio destino, dentre eles inclui o de não casar-se cedo. No entanto, em um baile de máscaras, um homem intrigante entra em cena… Arthur Harold é bonito, rico e obstinado.

Supondo, por sua aparência, que ele não pertence ao seu mundo, à impulsiva Kathelyn o convida a entrar no jardim – passeio proibido para jovens damas. Nunca mais se veriam, ela estava segura disso. Entretanto, ele é: o nono duque de Belmont, alguém bem diferente do homem que idealizava, só que, de um instante a outro, o que parecia a aventura de uma noite, se transforma em uma paixão sem limites.

Porém, a traição causada pela inveja e uma sucessão de mal-entendidos dão origem ao ciúme e muitas reviravoltas. Kathelyn será desafiada, não mais pelas regras sociais ou pelo direito de trilhar o próprio caminho, e sim, pela a única coisa capaz de vencer até mesmo a sua força de vontade e enorme teimosia: o seu coração.

Qual o significado de ser mulher na Inglaterra do século XIX? Embora muitos romances de época nos deem uma ideia, ainda que romantizada, da grande pressão e limitações impostas às mulheres, Babi A. Sette explora essa realidade com muito mais intensidade e brutalidade em seu segundo livro, A Promessa da Rosa, publicado em 2015 pela editora Novo Século.

Kathelin é uma jovem da aristocracia, filha de um conde, sendo uma das mais promissoras em sua temporada de estreia na sociedade. Contudo, sua personalidade extremamente idealista não permite a ela seguir ou aceitar as regras normalmente seguidas por outras mulheres. Então ela se apaixona e, sem imaginar, passa a correr riscos muito mais perigosos do que o de simplesmente entregar seu coração à paixão.

A Promessa da Rosa já se inicia trazendo intensidade graças à primorosa escrita de Babi A. Sette. Em terceira pessoa, a narrativa se alterna de acordo com a perspectiva de Kathelin e o duque de Belmont, sem jamais perder sua força e sensibilidade. Há lirismo na maneira da autora retratar cenas e sentimentos, e somos impactados pelas imagens e sensações por ela construídas.

Ainda que a escrita de Babi A. Sette seja indiscutivelmente cativante, é a protagonista em si de A Promessa da Rosa seu grande destaque. Kathelin é exemplo de força, de ser fiel aos próprios princípios, de autenticidade e de consciência sobre si. É também exemplo de se sofrer as consequências injustas de ser uma mulher tão à frente do seu tempo em uma época em que a elas não se era permitido ao menos ousar ter vontades próprias. Há ainda certa romantização no decorrer dos acontecimentos? Sim, há. Porém, entre os romances de época que já li, esse foi o que mais demonstrou a brutalidade da desigualdade entre gêneros, causando não só indignação por tudo a que Kathelin é submetida como também fortalecendo a admiração que por ela sentimos.

Se Kathelin é, para mim, o ponto alto de A Promessa da Rosa, seu par romântico, o duque de Belmont foi o responsável por me fazer finalizar a leitura em dúvida sobre como me senti sobre ela. Odiei o personagem e suas atitudes com todas as minhas forças, e não consegui me sentir cativada pela história de amor desenvolvida. Ele é sim coerente com sua época no sentido de que dificilmente encontraríamos cavalheiros que aceitassem mulheres tão dispostas a não se submeterem a nada além de seus próprios princípios e anseios; porém, se um dos propósitos de uma obra é a de narrar uma história de amor romantizada, é primordial que também nos apaixonemos pelo mocinho, de forma a torcermos pelo casal. E isso passou longe de acontecer comigo aqui.

A Promessa da Rosa foi uma leitura sensível e intensa e que me fez admirá-la se estivermos falando da história de luta de uma mulher incrível, capaz de suportar o inferno simplesmente por ter consciência de si e não aceitar ser algo diferente do que se é. Porém, passará longe de minhas recomendações se o quesito forem histórias emocionantes de amor. Esteja preparado para uma leitura arrebatadora, capaz de dividir opiniões e de deixá-lo em dúvida sobre suas próprias impressões justamente pelos protagonistas da trama causarem efeitos tão controversos entre si.

 





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11 Respostas para "[Resenha] A Promessa da Rosa – Babi A. Sette"

Anna Mendes - 28, junho 2017 às (09:02)

Oi Aione! Ótima resenha!
Que linda a capa deste livro!
Eu já conhecia este livro e a autora, porque a sua gêmea do Livros e Fuxicos adora os livros dela. Mas eu ainda não li nada da autora.
Gostei bastante da premissa de A Promessa da Rosa. Parece ser, como você comentou, um leitura muito intensa e envolvente. Adoro encontrar protagonistas femininas fortes e inspiradoras na literatura.
Pena que o mocinho e o romance em si não te conquistaram. Fiquei um pouco receosa por causa disso, mas talvez eu dê uma chance para esse livro em breve.
Bjos!

Ana I. J. Mercury - 29, junho 2017 às (19:07)

Ai Aione, eu já comecei esse livro umas três vezes e ainda não consegui termina-lo!
Não consegui gostar do duque, e achei a Kath meio mimadinha kkkk
Mas amei sua resenha, deu pra ver que a Babi mostrou bem as dificuldades e preconceitos que as mulheres sofriam naquela época. O que me deixou extremamente curiosa para continuar a leitura.
Tentarei!
bjsss

RUDYNALVA - 30, junho 2017 às (21:16)

Aione!
Li esse livro o ano passado e foi uma das minhas melhores leituras, fiquei totalmente encantada pela forma como a Babi escreve e não tem medo de expor nossa protagonista ao ‘machismo’ no livro.
Esse ano já li O despertar do Lirio da mesma autora e achei ainda melhor do que o primeiro, tomara que consiga ler ele também.
cheirinhos
Rudy

Lily Viana - 30, junho 2017 às (23:17)

Olá,
Que historia encantadora.
Já tinha visto esse livro e já ouvi fala muito dele que tem uma historia maravilhosa, a capa realmente bem trabalhada e muito linda. A historia tem uma otima premissa e além de contar uma trama de épocas bem atrás e muito trsite ver que naquela época mulheres não podia sentir nada, apenas ser submetida ao homens e fazer o que eles querem. A personagem tem uma incrivel personalidade.

beatriz rosa - 01, julho 2017 às (17:35)

Oi Aione!
Já li A Promessa da rosa, e é uma leitura muito intensa, Kathelin é uma personagem muito cativante, muito forte, e ela com certeza é a melhor parte dessa historia! O que realmente me deixou possessa foi o personagem masculino, acho que foi um dos poucos personagens que eu odiei com todas as minhas forças, não senti um pingo de simpatia por ele em nenhum momento.
O final então foi horrivellll, tantos finais bons para dar para Kathelin, e a autora faz logo isso?
Tenho uma relação de amor e odio com esse livro, quem lê se sente extremamente dividido.
Otima resenha 🙂

Elza Beatriz - 18, janeiro 2018 às (11:31)

Eu concordo completamente com você. Eu fiquei com ódio dele, nos últimos capítulos eu já tava torcendo pra que ela seguisse em frente e esquecesse ele e que no mínimo ele morresse atropelado pelas locomotivas que construía. Eu terminei a leitura tão mal, mas tão mal, que precisava de terapia kkkkkkk fiquei muito chateada por tudo que ele faz, desde as pequenas coisas até o que acontece depois de eles ficarem juntos pela segunda vez. Ele é horrível!!!!!!!!!! Eu queria saber se os outros livros da autora são assim, se sim, vou gravar bem o nome dela e nunca mais ler nenhum kkkkkkk fiquei completamente depressiva

Aione Simões - 18, janeiro 2018 às (15:49)

@Elza Beatriz, flor, leia o Não me esqueças, também da Babi! É incrível! 🙂

Denille Marques - 16, julho 2018 às (17:39)

Realmente, a única coisa que me motivou a terminar o livro foi a protagonista e a escrita da autora. Arthur não me desceu desde o princípio, creio eu. Diz amá-la, mas claramente desconfia dela através de inúmeras bobagens que um simples diálogo poderia resolver, mas ambos também são impulsivos KKK isso também não ajuda. A parte final do livro me deixou encabulada. O que salva pelo menos é que o Arthur fez o que deveria ter feito desde o início! Por seu amor a frente de seu título ridículo!

Regiane - 04, setembro 2018 às (10:25)

Aione.. nossa esse livro foi tão marcante pra mim, foram tantas emoções, amor e ódio.. adorei a descrita da Babi, a descrição das cenas, a mocinha.. Khate, alegre, cheia de vida.. mais realmente o mocinho não me cativou, não gostei dele, nem do final.. eu fiquei esperando até o fim do livro que aparecesse um outro mocinho pra salvar ela daquela amor doentio, juro, que torci que o Steve tivesse ficado com ela e o Arthur tivesse morrido seco e sozinho..

Regiane - 04, setembro 2018 às (10:35)

Aione, concordo com você, esse livro me deixou com fortes emoções.. nossa fiquei mal, muito triste.. o mocinho é o capeta, eu fiquei esperando até a ultima pagina do livro, que Khate arranjasse um outro mocinho que a tirasse desse amor doentio.. e que o Arthur morresse seco e sozinho.. não gostei do final.. não entendi como um duque casou com uma cantora de opera e ainda mais que teve tantos amantes..

Thais Ortuño - 14, dezembro 2021 às (17:36)

Amei o livro. Dá raiva, ódio, tristeza….A gente chora junto, vibra se apaixona. As vezes eu mesma fiquei com vontade de me vingar por ela, não só dele, como do pai, do primo e da prima invejosa. Tanta dor, humilhação e perdas que causaram a ela. Sim gente, quem mais causou seu sofrimento foi a prima e o próprio pai que ao expulsa-lá a fez passar tudo o que passou. Se não fosse isso ele a teria procurado um mês depois para se certificar que fez a coisa certa. Mas depois de tudo o que aconteceu, sim, ele poderia ter sofrido um pouquinho mais, e que corresse muito para recompensa-la e reconquista-la. Mas sim adorei a história, adorei que ficaram juntos no final. Morri de medo que não fosse assim, senão eu ia dizer que odiei o livro…rsrs. E convenhamos, é uma história que passa no início do século 19 , nobres sentido-se os próprios Reis e damas que não significavam nada. Não dá para romantizar e colocar um Duke a frente de seu tempo que passaria por tudo desde o começo, são tradições, hierarquias foram criados para serem assim. Não vejo nada de tão absurdo no modo dele agir que outros de seu tempo não teriam feito.

Livro excepcional. Se tornou um dos meus queridos assim como os da Júlia Quinn.

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