[Resenha] Na Escuridão da Mente - Paul Tremblay - Minha Vida Literária
Minha Vida Literária
02

ago
2017

[Resenha] Na Escuridão da Mente – Paul Tremblay

Título: Na Escuridão da Mente
Autor: Paul Tremblay
Editora: Bertrand Brasil
Número de Páginas: 266
Ano de Publicação: 2017
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Um dos livros mais assustadores do ano, vencedor do prêmio Bram Stoker Award. A vida dos Barrett é virada do avesso quando Marjorie, de 14 anos, começa a demonstrar sinais de esquizofrenia aguda. Depois que os médicos se mostram incapazes de deter os acessos bizarros e o declínio de sua sanidade, o lar se transforma em um circo de horrores, e a família se vê recorrendo a um padre da região. Acreditando que seja um caso de possessão demoníaca, o padre Wanderly sugere um exorcismo e entra em contato com uma produtora que está ávida para documentar tudo. Com o pai de Marjorie desempregado e as dívidas se acumulando, a família hesitantemente aceita, sem imaginar que A Possessão se tornaria um sucesso imediato. Quinze anos depois, uma autora best-seller entrevista Merry, a irmã mais nova de Marjorie. Ao se recordar dos acontecimentos de sua infância, uma narrativa alucinante de terror psicológico é desencadeada, levantando questões sobre memória e realidade, ciência e religião… e sobre a real natureza do mal.

Na Escuridão da Mente é o livro de Paul Tremblay publicado recentemente pela Bertrand Brasil. Foi traduzido em sete idiomas e venceu os prêmios Bram Stoker Award (2015) e Massachusetts Book Award (2016).

A família Barrett têm suas vidas modificadas desde que a filha mais velha, Marjorie, de 14 anos, inicia um ciclo muito difícil em sua vida, o qual inclui sinais de esquizofrenia aguda, e que se transforma em algo que os médicos já não conseguem explicar. É quando a família recorre a um padre, acreditando ser um caso de possessão.

Como se não bastasse o cenário dificultoso em questão, por estar desempregado, o pai de Marjorie concorda junto ao padre em documentar o dia-a-dia da filha para a TV. O Reality Show A Possessão vira sucesso imediato e tem seu auge com o episódio referente ao exorcismo. No entanto, os episódios são interrompidos por um terrível desfecho.

O simples fato dos pais dessa garota terem permitido que a mídia tornasse tudo isso um “espetáculo” expondo a menina para o mundo todo já foi algo que me incomodou bastante. A partir desse ponto, fui prestando um pouco mais de atenção nas personagens e em suas personalidades no decorrer da história. Antes do ocorrido, Marjorie era uma inspiração para sua irmã mais nova, vivia contando histórias para Merry e lhe dava muita atenção; mas, depois, tudo mudou e criou-se um abismo entre elas. Na minha percepção, no decorrer da narrativa, os fatos vão ficando um pouco confusos, sobretudo por serem narrados por Merry, que é uma criança de 8 anos. Ao mesmo tempo em que ela demonstra ter uma percepção muito apurada do que está ocorrendo com a irmã, atenta aos mínimos detalhes que nem mesmo seus pais se dão conta, em outros ficamos em dúvida acerca da validade desse discernimento da garota.

Acredito que esse tenha sido um recurso proposital utilizado pelo autor, visto que o enredo parte das memórias de Merry, vividas há 15 anos. Em outros momentos no livro temos também o ponto de vista de uma blogueira chamada Karen, a qual questiona a veracidade dos fatos e escreve longas postagens no seu blog sobre o caso, o que também é muito interessante, já que essa personagem traz muitas referências de filmes e livros sobre a temática e a discute com fervor em seu blog.

Temos, portanto, uma narrativa que nos envereda ao terror psicológico presente na história desde os primeiros relatos de Merry sobre a irmã até o último parágrafo do livro, sendo um de seus pontos mais interessantes a habilidade que precisamos ter para distinguir o que é real do que não é. Entretanto, mesmo que a tenhamos, ainda assim podem restar algumas dúvidas.





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12 Respostas para "[Resenha] Na Escuridão da Mente – Paul Tremblay"

Aline Santos - 02, agosto 2017 às (10:20)

Oi Clivia!
Arrasou na resenha!
Esse lado psicológico do livro foi o que mais me prendeu e me fez ficar curiosa pra conhecer o enredo,
não vejo a hora de conseguir uma oportunidade d e ler.
Bjs!!

Lili Aragão - 02, agosto 2017 às (13:35)

Oi Clivia, infelizmente terror não é muito meu gênero, então vendo a capa e a sinopse já tava pensando que esse livro não é pra mim e mesmo tendo gostado da resenha e até achado interessante, acho que não iria conseguir analisar e mesmo curtir a leitura. Acho que documentar o caso de Marjorie é revoltante e se por um acaso resolvesse ler, acho que iria ficar cheia de raiva desse pai e do padre que ao invés de se preocuparem com a menina e ajudarem, a exibem :/ Boa resenha, imagino que quem curte o gênero, vá gostar do livro 😉

RUDYNALVA CORREIA SOARES - 02, agosto 2017 às (17:04)

Clívia!
Infelizmente achavam que quem tinha esquizofrenia, tinha um pacto com o demônio, coisa totalmente errada.
Que pena que o ritmo do livro é mais lento e ele nem é tão assustador, tornando o livro mais um suspense psicológico que terror, entretanto acredito que, pelo final insperado e por gostar muito dos livros que trazem doenças psicológicas, vale a pena conferir a leitura.
Desejo um mês repleto de realizações!
“A música é uma revelação superior a toda sabedoria e filosofia.” (Ludwig van Beethoven)
Cheirinhos
Rudy
TOP COMENTARISTA DE AGOSTO 3 livros, 3 ganhadores, participem.

Fabiana Roberta - 02, agosto 2017 às (18:54)

Olá ja tinha lido outras resenhas deste livro e muitas não eram muito positivas,este é um livro que não costumo ler,terror psicológico não é muito a minha praia que pena que a leitura não foi umas das melhores, mais fica a dica quem sabe um dia eu me aventure neste universo.
Bjs

Lana Silva - 03, agosto 2017 às (09:40)

Também não costumo ler livros de terror, mas a forma como o autor produz esta narrativa fazendo menções a filmes, e livros, e falando sobre terror psicológico, de forma que o leitor possa se questionar se toda aquela situação e verídica ou não, já foi suficiente para me despertar interesse nesta leitura, espero não me decepcionar.

Raquel Rodrigues - 03, agosto 2017 às (14:47)

Eu nao curto muito o gênero por medo hahahaa, mas nao posso deixar de reconhecer que a história é interessante, tbm me senti incomodada pelo fato de os pais deixarem a mídia expor o que estava acontecendo com Marjorie só por causa das condições financeiras, confesso que fiquei com muita dó de Merry, ter q passar tudo isso c apenas 8 anos e depois ainda ter que ficar relembrando pra escrevrem um livro. Porém o livro parece ser bom, quem sabe algum dia eu tome coragem e leia.

Dan Igor - 03, agosto 2017 às (17:29)

Boa tarde!
Eu não tenho o costume de ler terror, mas sempre que o faço, gosto muito. Com certeza prefiro as historias literárias aos filmes.
Achei interessante a premissa, com esse reality show sobre a possessão da garota, assim como isso que você citou de distinguir o que é real ou não. Acredito que, apesar de confuso, deve ser incrível.
Amei sua resenha! Simples e direta.
Abraços.

Nayane Evylle - 03, agosto 2017 às (23:38)

Oi Aione.
Adoro terror psicológico. Gostei da premissa do livro. Já tinha visto outras resenhas falando positivamente quanto o contrário. Fiquei com dó da Marjorie e do sofrimento dela, além de não ter o apoio da família. Merry narrando os fatos não dá pra saber o que é verdade e o que não é, mas tenho vontade ler mesmo assim. Espero gostar. Abc

Márcia Saltão - 04, agosto 2017 às (10:14)

Oi!
Ótima resenha, muito bem escrita!
Estou, no mínimo, curiosa, para fazer a leitura desse livro. Gosto muito de enredos com suspense psicológico.
Apesar de notar alguns pontos negativos, no desenvolvimento da história, mesmo assim, creio ser uma boa leitura e bem envolvente.
Espero ter a oportunidade de conferir.
Beijos.

Bianca Freire - 05, agosto 2017 às (21:30)

Oie!
Terror definitivamente não é a minha primeira escolha de gênero e a sinopse não conseguiu me atrair, e a sua opinião me ajudou a confirmar que não devo passar perto do livro porque não é o tipo de história que me agrade, o que é uma pena, mas valeu a pena passar aqui pra ler sua resenha 🙂
Beijos

Giulianna Santicioli - 07, agosto 2017 às (15:46)

Não sei o que é pior nesse livro: os pais que aceitaram que a filha fosse exposta a um Reality Show (???), o fato da mídia querer se aproveitar da situação para conseguir audiência ou o fato de tratarem a doença como uma possessão. Gosto de terror psicológico e esse parece ser muito bem estruturado, para a Merry deve ter sido uma experiência um tanto traumática e quero muito descobrir o que aconteceu com a Marjorie.
Beijos!

Nicole Longhi - 07, agosto 2017 às (20:34)

Esse livro parece realmente mexer muito com o lado psicológico.
Nos faz questionar as coisas narradas Merry, imaginando se realmente acontecerem ou foram apenas imaginação de uma pequena crianças de 8 anos de idade.
Este meu gênero favorito, a leitura parece fluir demais.

Beijinhos

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