Título: As Sobreviventes
Autor: Riley Sager
Editora: Gutenberg
Número de Páginas: 336
Ano de Publicação: 2017
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Há dez anos, a estudante universitária Quincy Carpenter viajou com seus melhores amigos e retornou sozinha, foi a única sobrevivente de um crime terrível. Num piscar de olhos, ela se viu pertencendo a um grupo do qual ninguém quer fazer parte: um grupo de garotas sobreviventes com histórias similares. Lisa, que perdeu nove amigas esfaqueadas na universidade; Sam, que enfrentou um assassino no hotel onde trabalhava; e agora Quincy, que correu sangrando pelos bosques para escapar do homem a quem ela se refere apenas como Ele. As três jovens se esforçam para afastar seus pesadelos, e, com isso, permanecem longe uma da outra; apesar das tentativas da mídia, elas nunca se encontraram.
Um bloqueio na memória de Quincy não permite que ela se lembre dos acontecimentos daquela noite, e por causa disso a jovem seguiu em frente: é uma blogueira culinária de sucesso, tem um namorado amoroso e mantém uma forte amizade com Coop, o policial que salvou sua vida naquela noite. Até que um dia, Lisa, a primeira sobrevivente, é encontrada morta na banheira de sua casa com os pulsos cortados; e Sam, a outra garota, surge na porta de Quincy determinada a fazê-la reviver o passado, o que provocará consequências cada vez mais assustadoras. O que Sam realmente procura na história de vida de Quincy?
Quando novos detalhes sobre a morte de Lisa vem à tona, Quincy percebe que precisa se lembrar do que aconteceu naquela noite traumática se quiser as respostas para as verdades e mentiras de Sam, esquivar-se da polícia e dos repórteres insaciáveis. Mas recuperar a memória pode revelar muito mais do que ela gostaria.
Considerado o melhor thriller de 2017 por Stephen King, As Sobreviventes é o primeiro livro assinado pelo pseudônimo Riley Sager, que já publicou anteriormente outras obras com seu verdadeiro nome. O livro foi publicado nos EUA e Reino Unido em Julho, e chegou às livrarias brasileiras na última semana pela editora Gutenberg.
Quincy foi a única sobrevivente de um massacre que tirou a vida de seus amigos de faculdade há dez anos. Em consequência do trauma, ela não consegue se lembrar dos acontecimentos da trágica noite e faz do esquecimento sua arma para seguir sua vida normalmente – ou tão normalmente quanto possível. Assim como ela, Lisa e Sam são também sobreviventes de massacres similares, ocorridos anteriormente ao de Quincy. Quando Lisa é misteriosamente encontrada morta, Sam resolve entrar em contato com Quincy para que elas possam servir de rede de apoio uma para outra. E é quando a vida de Quincy, meticulosamente trabalhada, começa a desmoronar, além de pairar a ameaça dela talvez se lembrar dos acontecimentos que tanto deseja manter na escuridão de sua mente.
É quase impossível não se sentir fisgado pela leitura de As Sobreviventes desde a primeira página. O livro se inicia com uma cena do massacre do qual Quincy foi sobrevivente, narrado em terceira pessoa, já dando ao leitor não só um panorama do horror do acontecimento, mas também o sádico desejo de se saber o que aconteceu naquela noite. Então, a narrativa se alterna para primeira pessoa pela voz de Quincy no presente, e assim segue até o fim, exceto por alguns poucos capítulos, novamente em terceira pessoa, que vão construindo pouco a pouco o traumático dia vivido pela personagem há dez anos.
A escrita de Riley Sager é extremamente fluida, o que continua permitindo ao leitor se envolver com a trama e se sentir cada vez mais ávido para compreender o quebra-cabeça aos poucos construído através das pistas dadas entre as páginas. É nítida a habilidade da escrita de Sager, considerando-se como a trama foi bem desenvolvida. Além de ser bem amarrada como um todo, ela traz consigo diversas pistas falsas, capazes de manipular o leitor ao longo de As Sobreviventes e culminando na surpresa ao final da leitura. Ainda, o fato de sermos o tempo todo guiados pela mente de Quincy, acompanhando seus altos e baixos, faz com que a obra cumpra – e muito bem – seu papel como thriller psicológico. Adorei a construção da protagonista, como ela está constantemente em conflito entre seu passado obscuro e sua tentativa de uma vida normal, e como há inegáveis marcas em sua personalidade do que aconteceu com ela.
Apesar de ter devorado com furor As Sobreviventes, o final da trama não foi, de todo, uma completa surpresa. Sendo sincera, eu não havia conseguido adivinhar, de fato, o final em si; mas, durante a leitura, passou pela minha mente uma possibilidade do que acontece, de maneira que, quando tudo é revelado, não senti aquela estupefação, aquela sensação de se estar completamente arrebatado e surpreendido. Por mais que o final tenha sido novidade para mim, no sentido de eu não ter conseguido prevê-lo, a revelação ficou mais no campo da constatação de algo do que realmente uma surpresa, já que, talvez de maneira mais inconsciente, minha cabeça pode ter suposto parte da descoberta anteriormente.
De qualquer maneira, As Sobreviventes foi uma excelente leitura, sobretudo por ter me prendido a ela tão completamente e por ter me feito devorar o livro em poucas horas, não desejando largá-lo nem por um segundo; nos momentos que precisei parar de ler, me peguei desejando retomá-lo o quanto antes para, junto de Quincy, descobrir o terror que ela vivenciou há dez anos.
Olá!
Primeiramente quero dizer que sua resenha está fantástica e que me deixou mais ansiosa para fazer a leitura desse livro!
Adoro esse estilo de leitura, com mistérios a serem desvendados! Já fiquei muito curiosa para saber o que realmente se passou, de tão pavoroso, no passado da personagem. Como você comentou, é dessas leituras de prender a atenção, até o final!
Obrigada pela ótima dica.
Beijos.