Sobre o Livro
Título: Veronika Decide Morrer
Autor: Paulo Coelho
Editora: Paralela
Número de Páginas: 240
Ano de Publicação: 2017
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Paulo Coelho é um dos mais controversos escritores brasileiros. Odiado por muitos e venerado por inúmeros outros, o autor é um dos poucos mundialmente famosos, e seu livro O Alquimista é considerado um dos cinco mais lidos no mundo. Sendo assim, a editora Paralela recentemente publicou, em uma nova edição, os títulos mais conhecidos de Coelho, e aproveitei para ter meu primeiro contato com sua obra. Minha escolha foi Veronika Decide Morrer, já adaptado para os cinemas, publicado originalmente no final da década de 1990. O autor assume ter partido de sua experiência pessoal para criar a história, já que esteve internado em três diferentes hospitais psiquiátricos quando adolescente.
Veronika, um dia, decide tirar sua própria vida. Porém, ao ser mal sucedida na tentativa, ela é levada a um hospital psiquiátrico, onde acorda após ter estado inconsciente por alguns dias. Ao despertar, recebe a notícia de que terá pouco mais de uma semana de vida, uma vez que os comprimidos que ela tomou para morrer danificaram seu coração.
Em terceira pessoa, a narrativa inicialmente se dá pela perspectiva de Veronika, trazendo não só reflexões acerca de sua condição como também os motivos que a levaram ao suicídio. Depois, quando ela chega ao hospital, a perspectiva começa a se alternar entre os personagens lá presentes, de maneira que conheçamos suas histórias e o que levou cada um até aquele ponto. Há, também, a visão de alguns dos funcionários, considerados sãos e, portanto, opostos à loucura dos pacientes.
Veronika Decide Morrer é, acima de tudo, um livro que questiona a loucura e debate questões como identidade, autoaceitação e sobrevivência em um mundo onde padrões são impostos a todo momento, causando conflito entre o que se é e o que é esperado ser. Dessa maneira, há uma inversão de papéis entre aqueles considerados loucos e a dada normalidade, visto que a loucura deixa de existir segundo o ponto de vista abordado. Ainda, o livro propõe o debate sobre doenças mentais e o tratamento até então oferecido aos enfermos.
Apesar da relevância do tema e de diversas passagens com reflexões interessantes, a leitura, de modo geral, ficou aquém de minhas expectativas. Achei que muito do dito foi feito por meio de lugares-comuns, de maneira a diminuir o impacto da escrita – e da mensagem em si – nesses momentos. Tanto nas reflexões propostas quanto na finalização do enredo paira uma atmosfera de clichês que, nesse caso, ao invés de me conquistar, fez meu apreço por Veronika Decide Morrer diminuir.
De qualquer maneira, achei a leitura válida para conhecer a escrita de Paulo Coelho. Vale ressaltar que, hoje, o livro traz debates ainda necessários, mas que já não são novidade, considerando-se que cada vez mais busca-se falar sobre transtornos mentais; contudo, a obra foi originalmente publicada no final da década de 1990, quando esse debate era muito menos frequente e, portanto, ainda mais relevante do que agora. Seu impacto certamente foi maior há vinte anos, assim como sua pertinência, ainda que sua mensagem, ainda agora, não esteja defasada. Certamente Veronika Decide Morrer merece crédito por ter se proposto a falar de temas que, na época, muito provavelmente não recebiam a merecida atenção.
Sobre o Filme
Veronika Decide Morrer foi adaptado para os cinemas em 2009, trazendo nomes como Sarah Michelle Gellar, Jonathan Tucker e David Thewlis no elenco.
Apesar de o filme de Veronika Decide Morrer já começar com uma diferença bastante aparente – no filme, o cenário é os EUA, não a Eslovênia -, a adaptação segue bastante fiel à obra de Paulo Coelho, principalmente no que diz respeito à mensagem principal da obra.
Pouquíssimas alterações ou omissões foram realizadas. Entre as principais modificações, estão um foco maior em Veronika, sem que as histórias de outros pacientes sejam narradas com mais destaque, e no romance em si que, embora presente no livro, ganha uma das posições centrais do filme.
Também, há menos enfoque no debate sobre doenças mentais, de modo geral, mais mencionadas na obra de Paulo Coelho. De qualquer maneira, os temas como loucura e identidade, principais no livro, são também bastante enfatizados no filme.
Sendo sincera, talvez eu tenha preferido o filme ao livro. Como o que mais gostei na leitura foi justamente a mensagem sobre a descoberta de autoidentidade e a consequente liberdade que isso acarreta a cada um, no sentido de se assumir quem se é apesar da pressão imposta pela sociedade, e ela também está presente no filme, preferi a fluidez que a história ganhou nas telas, considerando-se que o livro não me envolveu por completo. Ainda, achei as cenas bastante sensíveis, dando o toque certo de drama, romance e emoção que o filme passa, sem ser demasiadamente intenso em cada um desses aspectos. Mesmo a atmosfera clichê do final do livro foi transposto para as telas e, aqui, isso não me incomodou.
Para quem procura um filme leve de se assistir e com uma mensagem importante sobre resgatarmos quem realmente somos, Veronika Decide Morrer é uma ótima opção. Embora o livro se aprofunde mais em determinadas questões, a adaptação cumpre muito bem seu papel, trazendo o principal da obra de Coelho.
Assista ao Trailer!
Aione!
Tive oportunidade de ler essa livro do Paulo Coelho, autor que gosto muito, há anos atrás e quase não lembrava do enredo.
Lendo sua resenha e comparação com o filme, fui lembrabdo de toda trama e do drama envolvido.
Não assisti o filme ainda, mas vou procurar para ver.
Uma semana de alegrias.
“A sabedoria é um adorno na prosperidade e um refúgio na adversidade.” (Aristóteles)
Cheirinhos
Rudy
TOP COMENTARISTA DE SETEMBRO 3 livros, 3 ganhadores, participem.