[Resenha] O Beijo Traiçoeiro - Erin Beaty - Minha Vida Literária
Minha Vida Literária
12

set
2017

[Resenha] O Beijo Traiçoeiro – Erin Beaty

Título: O Beijo Traiçoeiro
Autor: Erin Beaty
Editora: Seguinte
Número de Páginas: 440
Ano de Publicação: 2017
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Com sua língua afiada e seu temperamento rebelde, Sage Fowler está longe de ser considerada uma dama — e não dá a mínima para isso. Depois de ser julgada inapta para o casamento, Sage acaba se tornando aprendiz de casamenteira e logo recebe uma tarefa importante: acompanhar a comitiva de jovens damas da nobreza a caminho do Concordium, um evento na capital do reino, onde uniões entre grandes famílias são firmadas.

Para formar bons pares, Sage anota em um livro tudo o que consegue descobrir sobre as garotas e seus pretendentes — inclusive os oficiais de alta patente encarregados de proteger o grupo durante essa longa jornada. Conforme a escolta militar percebe uma conspiração se formando, Sage é recrutada por um belo soldado para conseguir informações. Quanto mais descobre em sua espionagem, mais ela se envolve numa teia de disfarces, intrigas e identidades secretas. E, com o destino do reino em jogo, a última coisa que esperava era viver um romance de tirar o fôlego.

Prometendo uma mescla de espionagem e Jane Austen, O Beijo Traiçoeiro, de Erin Beaty, é o primeiro volume de mais uma trilogia YA que chega ao Brasil. O próximo volume tem lançamento previsto para maio de 2018 lá fora, ainda sem informações divulgadas pela editora Seguinte, responsável pela publicação nacional da obra, sobre quando a continuação chegará por aqui.

O livro traz a história de Sage Fowler, que se torna aprendiz de casamenteira e parte com uma comitiva de jovens damas da nobreza, que pretendem participar de um evento na capital do reino com o propósito de realizar uniões matrimoniais entre grandes famílias, para descobrir mais informações sobre elas e, assim, auxiliar a casamenteira na escolha de pares ideias. Contudo, Sage acaba sendo recrutada pela escolta militar para trabalhar como espiã, já que, aparentemente, há uma conspiração se formando em torno do reino. É quando ela se envolve em muito mais do que havia imaginado, inclusive em um romance – o que ela jamais desejou.

Sendo muito sincera, tive extrema dificuldade em seguir com a leitura de O Beijo Traiçoeiro. O início da leitura, além de lento, acaba sendo um tanto quanto confuso pela falta de contextualização da trama. A atmosfera a la Jane Austen prometida se deve à divisão da sociedade entre plebeus e nobreza, trajes vitorianos e a necessidade da realização de casamentos como acordos familiares. Contudo, em momento algum há a menção de quando a história se passa, se ela, de fato, acontece em meio ao século XIX, como os romances de Austen. Ainda, o livro é narrado em terceira pessoa, ora pela perspectiva de Sage, ora pela dos militares, e quando essa segunda tem início, somos bombardeados com inúmeros nomes de locais e povos diversos, sem que haja uma explicação clara sobre o que é o que. Assim, nesse ponto, eu já estava confusa e distante o suficiente da leitura para acompanhar essa contextualização e compreender o universo criado por Beaty.

Não bastasse a história seguir lentamente, a própria construção da personagem de Sage foi realizada de maneira um tanto quanto problemática, no sentido de que, para fazê-la alguém diferente e superior das demais, as outras precisaram ser rebaixadas. As ladies que Sage acompanha são retratadas como frívolas e superficiais para que Sage seja considerada sagaz e de personalidade forte. Em minha visão, a protagonista poderia muito bem se opor à ideia de seguir as regras da sociedade sem que aquelas que as seguem fossem consideradas inferiores.

Assim, por conta do início perturbado (correspondente basicamente às 100 primeiras páginas), toda minha leitura posterior foi também afetada. Não consegui me envolver com a história ou personagens, e fiz uma leitura um tanto quanto superficial, dificilmente conseguindo me prender ao que lia e aos detalhes. Entretanto, seria mentira dizer que não senti uma considerável melhora do livro da metade para o final, sobretudo por conta do romance e da estratégia que Erin Beaty utilizou para construir o conflito romântico. Fui realmente surpreendida e achei um tanto quanto inteligente sua escolha, trazendo um diferencial para a obra. Ainda, o final é recheado de adrenalina e a autora já mostra, no primeiro volume, não ter piedade do rumo dado a alguns pontos do enredo, fazendo com que ele siga como deve seguir.

 O Beijo Traiçoeiro termina com os principais pontos nele desenvolvidos finalizados, mas ainda assim mantendo abertura para os próximos volumes (e, portanto, tornando necessária a leitura dos livros em ordem). Apesar de sua premissa ter chamado minha atenção e de eu ter encontrado pontos positivos enquanto o lia, o livro, no geral, não conseguiu me prender e me manteve confusa praticamente sobre ele todo quanto ao trabalho militar realizado, principalmente pelo excesso de nomes e contextos criados pela autora, não explicados de maneira clara. Talvez, se eu tivesse me situado melhor, teria me envolvido mais com a obra e, assim, meu resultado final com ela teria sido diferente.





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11 Respostas para "[Resenha] O Beijo Traiçoeiro – Erin Beaty"

Lili Aragão - 12, setembro 2017 às (18:35)

Gosto de resenhas sinceras e fiquei atenta a todos os pontos que você citou e que te deixaram meio confusa sobre o andamento da história, ainda tô curiosa sobre ela, mas confesso que achei importantes os pontos que você citou, quero ler sim, mas talvez adie um pouco e espere os próximos volumes serem lançados mesmo que essa história tenha um final satisfatório 😉 A capa é linda e a resenha tá ótima.

RUDYNALVA CORREIA SOARES - 13, setembro 2017 às (14:57)

Aione!
Gostei muito de ver que além do romance, há todo um enredo de espionagem, traições, aventura e todo um enredo por traz, além de trazer uma protagonista forte, romântica e que ainda é suspeita de ser espiã, fiquei muito fascinada e quero poder ler.
Sem contar que a capa é realmente linda!
Pena que o início tenha sido um tanto lento e arrastado.
“Conhecimento sem transformação não é sabedoria.” (Paulo Coelho)
Cheirinhos
Rudy
TOP COMENTARISTA DE SETEMBRO 3 livros, 3 ganhadores, participem.

Franciele Débora - 13, setembro 2017 às (18:53)

Sem duvidas a capa me chamou muita a minha atenção, é simplesmente linda!
Mas a historia não despertou minha atenção, deve ser pelo fato que o começo é bem lento e eu não gosto de começos assim, prefiro livros que nos fazem ficar presa a ele do começo ao fim!
E que pena que não gostou tanto.
Beijos.

Gabriela Souza - 13, setembro 2017 às (19:00)

Oi! Acredito que eu pegaria o livro para ler por causa da espionagem, mas não iria gostar tanto do romance. Deve ter sido realmente bem confuso ler o livro sem ao menos saber em que época a história se passa, mas que bom que pelo menos lá no final o livro deu uma certa melhorada. Beijos

Fabiana Roberta - 13, setembro 2017 às (21:37)

Oi Aione confesso que o que me chamou a atenção neste livro foi primeiramente a capa que achei simples e bem bonita depois foi a sinopse que achei até certo ponto intrigante, que pena quando a gente não consegue se conectar com a história estava até bem empolgada com este livro mas agora pelo menos já estou avisada com o que esperar da leitura.
Bjs

Raquel Machado - 18, setembro 2017 às (11:37)

Oi Aione,
Então uma pena realmente você não ter gostado da leitura. Confesso que fiquei bem entusiasmada com a ideia em si, mas desanimei um pouco depois de ler sua resenha e fiquei pensando em outro ponto aqui o quanto da história realmente tem a ver com espionagem e o quanto tem a ver somente com romance. Pois é necessário saber dosar as coisas para se ter um resultado bom certo? Enfim, ainda quero ler para tirar minhas próprias conclusões mas gostei muito da sua opinião,pois assim foi expectativas um pouco mais baixas.
Beijos
Raquel Machado
Leitura Kriativa
ttp://leiturakriativa.blogspot.com.br/

Maria Vitória - 19, setembro 2017 às (17:08)

Vou dar um jeitinho de comprar ele pela capa. É simplesmente maravilhosa. Adorei a resenha e gostei de saber a sua opinião. Vai significar muito pra mim na hora de ler. Sim, vou ler e ver o que acho. Amei a resenha ❤️

Lily Viana - 20, setembro 2017 às (22:05)

Olá Aione,
O livro e bem interessante, já tinha ouvido fala dele, porém não tinha lido resenha no momento. O livro mostra ser algo confuso no começo mas com passa de pagina começa a clareá, isso você passou para mim e também os pontos positivos e as partes todas confusas, gostei da sinceridade.

Nayane Evylle - 23, setembro 2017 às (18:22)

Nossa, Mi, eu tava com tanta vontade de ler esse livro. Eu amo a Jane Austen e qualquer história que tenha menção a ela, eu corro pra ler.
Já li livros em o cenário não é claro e deixa uma confusão em relação as passagens.
Não sei porque esses autores querem colocar inúmeros personagens que não aprofundam e nem são tão relevantes pra história.
A capa é liinda, mas não estou com tanta vontade agora de ler. :/
Bjs Mi

Ana Itame - 18, dezembro 2017 às (09:56)

Eu amei o livro meninas! Achei uma história surpreendente. Me lembrou The kiss of deception, da darkside. Eu acho que muitas coisas ainda serão desvendadas e explicadas nos outros livros, como foi o the kiss. É uma fantasia, a autora criou reinos, por isso é atemporal. Eu achei fantástico! Li em dois dias!! Recomendo.

MONISE - 10, julho 2018 às (17:18)

Sério q não gostou? Achei muito bacana e inteligente
.. saquei a ideia do “Ash Carter ” no meio do livro, mas as indiretas foram muito sutis… Além disso, no início identifiquei a história com Mulan… Sobre casamenteiras e honra à família, é sobre exército e oficiais… Só eu q vi essa alusão? Mas recomendo bastante… Pra qm gosta de romance, fantasia e ação não haverá arrependimento!

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