Título: As Coisas Que Fazemos Por Amor
Autor: Kristin Hannah
Editora: Arqueiro
Número de Páginas: 352
Ano de Publicação: 2017
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Caçula de três irmãs, Angela DeSaria já tinha traçado sua vida desde pequena: escola, faculdade, casamento, maternidade. Porém, depois de anos tentando engravidar, o relacionamento com o marido não resistiu, soterrado pelo peso dos sonhos não realizados. Após o divórcio, Angie volta a morar na sua cidade natal e retorna ao seio da família carinhosa e meio doida. Em West End, onde a vida vai e vem ao sabor das marés, ela conhece a garota que mudará a sua vida para sempre.
Lauren Ribido é uma adolescente estudiosa, bem-educada e trabalhadora. Apesar de morar em uma das áreas mais decadentes da cidade com a mãe alcoólatra e negligente, a menina sonha cursar uma boa faculdade e ter um futuro melhor.
Desde o primeiro momento, Angie enxerga em Lauren algo especial e, rapidamente, uma forte conexão se forma: uma mulher que deseja um filho, uma menina que anseia pelo amor materno. Porém, nada poderia preparar as duas para a repercussão do relacionamento delas. Numa reviravolta dramática, Angie e Lauren serão testadas de forma extrema e, juntas, embarcarão em uma jornada tocante em busca do verdadeiro significado de família.
Impossível pensar em Kristin Hannah e não associá-la à ideia de uma leitura carregada de sensibilidade e fortes emoções. Para mim, fã de carteirinha da autora, é uma sorte que a editora Arqueiro esteja lançando ao menos um de seus livros por ano. As Coisas Que Fazemos Por Amor, publicação deste ano, foi originalmente lançado em 2004, mas continua atual, e traz em seu centro uma das principais temáticas abordadas pela autora: a maternidade.
O casamento de Angie e Conlan acabou em decorrência da dor de não conseguirem ter filhos. Em uma tentativa de curar suas feridas, a caçula da família DeSaria retorna a sua cidadezinha de origem e acaba conhecendo Lauren, jovem esforçada e repleta de sonhos, que convive com uma mãe alcoólatra e negligente. A conexão nascida entre elas passa a preencher o vazio que cada uma carrega, até essa relação precisar ser testada. É quando ambas terão que descobrir o verdadeiro significado de amor e família.
Deixou o ar sair com força. Sentiu-se tola por ter acreditado que as coisas teriam sido diferentes ali. Por que seriam? Lembranças não viviam nas ruas ou nas cidades. Fluíam com o sangue, pulsavam com as batidas do coração. Ela carregava todas consigo, cada perda e tristeza. O peso delas era do tamanho que a deixava encurvada, exausta.
página 26
Como de costume nas obras de Kristin Hannah, a narrativa de As Coisas Que Fazemos Por Amor se dá em terceira pessoa ora pela perspectiva de Angie ora de Laurie. Com sensibilidade, a autora consegue captar as mais sinceras e conflitantes emoções de cada uma, passando ao leitor todos seus medos e anseios. Assim, não demoramos a nos envolver com a leitura e com as dores carregadas pelas personagens, o que inevitavelmente desperta e aflora nossas próprias emoções.
Dessa maneira, não foi surpresa eu ter chorado em diversos momentos da leitura. Angie e Laurie são figuras desesperadas por dar e receber amor, e fiquei extremamente comovida com a forma de como esse sentimento se dá entre elas, já prenunciado no título As Coisas Que Fazemos Por Amor: curando feridas, mas, também, criando outras. Afinal, a mensagem aqui é justamente a de que amar é estar vulnerável, e é preciso descobrir uma maneira de tanto aceitar suas sombras quanto receber sua luz. Como sempre, Kristin Hannah desenvolveu uma história carregada de difíceis escolhas e personagens complexas, vivas justamente por todos seus defeitos e qualidades.
Mais tarde, quando voltou a ficar sozinha, andando pela escuridão triste do apartamento, não pôde deixar de desejar viver no mundo de David, onde tudo era fácil. Principalmente os sonhos.
página 106
Com relação à maternidade, embora temática recorrente na autora, aqui constitui o centro do enredo, aparecendo sob diversas perspectivas e em diferentes relacionamentos. Indo para um plano mais geral, é a própria ideia de família que é trabalhada em As Coisas Que Fazemos Por Amor, e foi impossível não me sentir aquecida principalmente pelo retrato da família DeSaria, com todas suas confusões, loucuras e acolhimentos. A temática dos relacionamentos amorosos também se faz presente, tanto em uma perspectiva mais madura, de um casamento que chegou ao fim, quanto do frescor do primeiro amor, mas em nenhum dos casos é o foco da trama.
Talvez a leitura de Kristin Hannah para alguns seja mais lenta; para mim, é um banho de envolvimento desde os primeiros capítulos, fazendo do meu virar de páginas sempre natural e praticamente imperceptível. Esqueci do mundo nos momentos em que estive imersa em As Coisas Que Fazemos Por Amor e, novamente, fechei o livro em lágrimas, sensibilizada ao extremo por mais essa belíssima história a que tive o prazer de ter contato. Já mal posso esperar pela próxima publicação da autora por aqui; até lá, poderei me contentar em revisitar cada uma das emoções e reflexões que seus livros já despertaram em mim.
Oi Aione sempre leio resenhas positivas sobre esta autora,infelizmente ainda não li nenhum de seus livros mas pretendo ler sim e espero me emocionar muito.
Bjs