Título: 1943
Autor: Luciana Klanovicz
Editora: Publicação Independente
Número de Páginas: 284
Ano de Publicação: 2017
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1943 é um romance de época que narra a trajetória de Maria, uma brasileira, filha de diplomatas, que se vê enredada numa trama de amor, espionagem, romance e desventuras no meio da França ocupada pelos nazistas. Maria tornou-se cantora em um bar, uma das poucas alternativas para permanecer viva em meio ao conflito mundial, onde conhece um matemático inglês, Phillip, sem saber que ele era espião. O relacionamento de ambos é vigiado pela inteligência nazista e, em meio a uma invasão alemã ao bar, Phillip foge enquanto Maria torna-se prisioneira de guerra, transferida para o sul da Alemanha. A beleza, a voz e a força de Maria são motivos para que um oficial do exército nazista apaixone-se profundamente por ela, entrando em conflito com sua ideologia. A partir daí a história é repleta de reviravoltas, enquanto Maria tenta sobreviver a uma guerra que parece não ter fim.
1943 é o romance nacional autopublicado em formato de eBook por Luciana Klanovickz, que, sendo também professora de História, reuniu sua paixão pela área à arte para dar vida à trajetória de Maria e Phillip em meio aos acontecimentos da Segunda Guerra Mundial.
Filha de diplomatas brasileiros, Maria procura sobreviver durante o período de guerra ganhando a vida como cantora em um bar na França ocupada pelos alemães. É assim que ela conhece Phillip, professor e matemático inglês — ao menos, até onde ela sabe. Na realidade, seu amante é espião, o que coloca ambos diretamente sob as vistas dos nazistas. Durante uma invasão, Phillip foge enquanto Maria é levada como prisioneira. Em meio a reviravoltas e caminhos opostos, ambos tentarão não apenas salvar suas vidas, mas também encontrar meios de finalmente se reencontrarem.
A verdade é que, ao mesmo tempo, tudo a sua volta lembrava música: o farfalhar das folhas roçando as árvores num balé cotidiano; os pássaros inundando seus ouvidos em melodias… tudo parecia levá–la de volta à música. No entanto, a música remetia à saudade e a Phillip. Doía–lhe, demais.
A narrativa de 1943 se dá em terceira pessoa, alternando-se de acordo com a perspectiva das diferentes personagens que fazem parte da trama, não simplesmente se atendo a de Maria e Phillip. Dessa maneira, é possível acompanhar, simultaneamente, diferentes facetas da mesma guerra, de acordo com o que cada um vivencia.
O que mais me agradou na leitura foi a forma de como a autora explorou os conflitos pessoais das personagens. A guerra coloca absolutamente tudo em perspectiva e em 1943 somos capazes de compreender as difíceis decisões muitas vezes tomadas quando a sobrevivência é o que fala mais alto. Assim, há um caráter sobretudo humano na história.
Ele bebia por ter sobrevivido e outros tantos terem sido mortos. Tantas casas destruídas, corpos putrefatos, campos de concentração, fuzilamentos, enforcamentos e humilhações de todo tipo. E ali estavam aquelas pessoas divertindo–se, rindo, flertando e bebendo. No fundo, ele as entendia. Todos pareciam compartilhar da vontade da dormência, de uma fuga daquela realidade opressora.
Também, o fato de Luciana ser historiadora contribui para que 1943 seja muito bem contextualizado. Entretanto, os fatos históricos, embora presentes, não são o centro do enredo e nem assumem um papel de destaque. Eles estão lá, fazendo parte da história e, muitas vezes, influenciando nos acontecimentos, mas sem serem centrais. O foco está na história vivida pelas personagens, ainda que em meio a um momento histórico. Dessa forma, atrocidades cometidas durante o conflito, por exemplo, estão presentes no enredo, mas não a ponto de sobrecarregá-lo ou tornar o livro pesado pela dificuldade do período.
Apesar de ter gostado da leitura e de não ter encontrado dificuldades em me envolver com a história, que pode ser lida rapidamente, não consegui realmente me conectar com as personagens e os eventos em um nível mais emocional e sensitivo. Isso porque a narrativa se dá sobretudo por um sumário narrativo em vez de cenas, o que, em uma rápida explicação, significa que os acontecimentos são principalmente contados em sequência em vez de demonstrados. Pude acompanhar a trama, mas não necessariamente senti o impacto que ela poderia ter me causado, ainda mais considerando a própria temática abordada. Os diálogos, também, em alguns momentos destoaram do restante da escrita por assumirem um tom mais artificial, o que não senti durante a narrativa em si.
De qualquer maneira, a história de 1943 é belíssima e capaz de encantar os românticos de plantão especialmente por trazer um amor tão forte em meio a suas páginas. E, como mencionado, o livro vai além, abordando as diferentes facetas de cada um de nós quando em meio às dificuldades, que nos forçam, muitas vezes, a agir e a descobrir reações que jamais imaginaríamos em outras circunstâncias.
Esta postagem é um publieditorial.
A capa desse livro me lembrou muito a capa do filme musical “Chicago”, sabe?
kkk Mas óbvio que é bem diferente. Enfim, não sei se me animaria a ler. Acho que não é meu tipo de livro.