Título: 1 Milhão de Motivos Para Casar
Autor: Gemma Townley
Editora: Record
Número de Páginas: 392
Ano de Publicação: 2015
Skoob: Adicione
Orelha de Livro: Adicione
Compare e Compre: Amazon ♦ Extra ♦ Saraiva
Quatro milhões de libras. Para Jessica Wild, este é um valor que ela nunca mesmo, em seus sonhos mais loucos, conseguiria ter. Porém, é mais ou menos o quanto ganha quando sua amiga Grace morre e a deixa como herdeira. O único obstáculo entre Jess e a fortuna é um detalhezinho no testamento: seu nome aparece como Sra. Jessica Milton.
A questão é que… bem… Grace sempre perguntava sobre a vida amorosa de Jess. Ela, por sua vez, descrente no amor e na felicidade conjugal, acabou inventando um namorado — que viria a se tornar seu marido — de mentira. O sortudo foi Anthony Milton, seu chefe. E agora Jess se vê em um beco sem saída: a única maneira de conseguir a herança é se casar com Anthony. Em cinquenta dias. E sem que ele saiba o verdadeiro motivo.
Jessica então terá de usar todas as manobras possíveis para conseguir o sucesso da nova empreitada: o Projeto Casamento.
Gemma Townley é irmã de Sophie Kinsella. Meu primeiro contato com a autora foi através de Manual Para Românticas Incorrigíveis, um dos meus chick-lits favoritos. Tive uma pequena decepção quando li Quando Em Roma, seu primeiro livro, e minha primeira boa impressão foi restabelecida ao ler Mentirinhas Inocentes. Assim, fiquei extremamente feliz ao saber que a editora Record publicaria 1 Milhão de Motivos Para Casar, primeiro livro da trilogia protagonizada por Jessica Wild – e os únicos três livros da autora que ainda não haviam sido publicados no Brasil.
Já inicio a resenha dizendo que amei a leitura. Li o livro de uma só vez, em poucas horas, porque não tive vontade de deixá-lo de lado. Fui conquistada desde o início tanto pela trama quanto pela escrita extremamente fluida de Gemma Townley, que conta a história através da narrativa de sua protagonista, Jessica Wild, em primeira pessoa.
“Mas esse é o problema dos contos de fadas – eles acalentam o coração, são reconfortantes e tem finais felizes, e mesmo você sabendo que a vida não é assim, é agradável fingir que aquilo é real, só um pouquinho.”
página 27
Ao começar a leitura, fiquei curiosa pela trama em si, afinal, a ideia de Jessica precisar se casar com alguém que ela não deseja e em um prazo de tempo tão curto é, no mínimo, inusitada. Depois, conforme fui avançando as primeiras páginas, outras características foram me conquistando: Jessica, ao mesmo tempo em que, em partes, é uma típica protagonista de chick-lits, uma vez que se envolve em uma gigante confusão e em diversas mentiras, também se mostrou bastante atípica. Aqui, temos uma jovem que busca se distanciar de relacionamentos porque enxerga o amor como uma fraqueza, principalmente por sua rígida criação. Além disso, Jessica se preocupa em ser valorizada por sua inteligência e desempenho profissional, e pouco se preocupa com sua aparência física, bem como não se interessa pela moda.
Ainda, outros motivos para impulsionar minha leitura se deram logo nos primeiros capítulos. Neles, Jessica tanto atinge importantes conquistas profissionais, capazes de me fazer vibrar por ela por conta da situação em que se deram, quanto passa por um processo total de transformação, algo que sempre adorei acompanhar em livros e filmes do gênero. Além de divertido por imaginar seu “antes” e “depois”, foi interessante observar as consequências disso em sua visão sobre si mesma.
“Com certeza, o amor era um sinal de fraqueza. Afinal de contas, não era fraqueza sentir vontade de chorar só porque alguém que você gosta não sente o mesmo por você? É patético. E eu não iria passar por isso.”
página 127
Depois do início bastante promissor, o enredo se desenvolve de forma previsível, mas ainda assim proporcionando uma leitura divertida e agradável. O romance se estabelece aos poucos, de maneira coerente à personalidade da personagem. Uma observação interessante está em uma das inspirações da autora para escrever o livro: Gemma Townley se inspirou em A importância de ser prudente, de Oscar Wilde, para contar a história de Jessica. Na comédia de Wilde, “os personagens, pessoas distintas da sociedade vitoriana, mantêm disfarces e nomes fictícios como válvula de escape para uma realidade em que as aparências contam mais que a verdade” (retirado da sinopse da editora L&PM). A conexão entre as obras se dá tanto pela temática da valorização das aparências e pela presença de disfarces, já que Jessica assume uma nova personalidade para dar continuidade ao Projeto Casamento, quanto pela referência no título original de Townley ao livro de Wilde: The Importance of Being Earnest (livro de Wilde, sendo que “Earnest” tanto significa “honesto”, “prudente”, “sério”, quanto tem a mesma pronúncia de Ernest, protagonista) e The Importance of Being Married (livro de Townley, e “A importância de ser casado”, em livre tradução).
Ao final, 1 Milhão de Motivos Para Casar desempenhou comigo muito bem seu papel de chick-lit, proporcionando uma leitura divertida por conta de todas as confusões nas quais a protagonista se envolve, além de ter desenvolvido muito bem o processo de amadurecimento de Jessica. Mais do que uma história sobre uma mulher tentando garantir sua herança para honrar o último desejo de sua amiga, temos uma mulher descobrindo o verdadeiro significado de um casamento. Agora, espero que a editora Record também publique os próximos dois livros de Jessica Wild e que esses lançamentos não demorem a acontecer, afinal, terminei a leitura com um gostinho de “quero mais”.
OI Aione..
Eu ainda não li nada da Gemma, mas leria este livro.
A personagem parece se encaixar na trama mesmo, e já me chamou atenção por sua personalidade não se importar com aparência.
Acho que gostaria da leitura, é um ótima dica.
livrosvamosdevoralos.blogspot.com.br