Sobre o Livro
Título: Quarto
Autor: Emma Donoghue
Editora: Verus
Número de Páginas: 350
Ano de Publicação: 2011
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Há muito tinha curiosidade de ler Quarto, principalmente pela positiva indicação que recebi de diversas pessoas que tiveram a oportunidade de lê-lo. Agora, com o lançamento de O Quarto de Jack, filme adaptado da obra de Emma Donoghue, finalmente pude não apenas lê-la quanto, também, assistir ao filme nos cinemas.
Jack é um garoto de cinco anos que mora desde seu nascimento no quarto, um lugar mágico compartilhado por ele e sua Mãe, cujo nome não nos é informado em momento algum da trama. Enquanto o lugar é, para ele, todo seu mundo, para sua mãe é um verdadeiro inferno, já que ela está há sete anos mantida em cativeiro pelo Velho Nick, seu sequestrador e estuprador. Com todo seu amor e criatividade, a jovem mãe faz de tudo para manter o filho tão saudável e feliz quanto possível, ao mesmo tempo em que, diariamente, pensa em formas de finalmente se libertar de sua terrível prisão.
Além da premissa ser interessante por si só, o que torna Quarto ainda mais incrível é a sua narrativa. A trama é contada a nós em primeira pessoa por Jack, trazendo consigo todos os elementos típicos da mente e da voz de uma criança de sua idade: encontramos erros gramaticais, pensamentos, no mínimo, inusitados e, acima de tudo, uma sensibilidade e inocência únicos dessa fase da vida. Ao mesmo tempo em que me vi rindo em diversos momentos, me peguei também refletindo sobre diversos aspectos que, talvez, passem despercebidos a quem já deixou de ser criança, além de ter me sentido aflita e emocionada por tantas incríveis situações.
Algo também proporcionado pelo fato da história ser narrada por Jack é sua incapacidade de compreender ou enxergar certos fatos, ou por acreditar em mentiras contadas por sua mãe para protegê-lo ou por não entender a gravidade de muitos momentos, já que desconhece as verdades do mundo.
A trama me surpreendeu por trazer, também, aspectos extras do que eu imaginava quando li a premissa. A história vai bastante além do quadro inicial e adorei que a autora tenha a escrito assim, porque, dessa forma, foi possível se aprofundar ainda mais em diversas questões abordadas no enredo, como, por exemplo, de que maneiras a mãe de Jack foi tão profundamente afetada nesses sete anos em cativeiro. Assim, ainda que seja Jack quem conta a história, conseguimos também enxergar e compreender todos os pesos carregados por sua mãe, além das dificuldades enfrentadas por todos aqueles afetados pelo sequestro. Aquilo que o menino não consegue ver salta aos nossos olhos, intensificando ainda mais cada momento.
Quarto, sem dúvida alguma, já é um dos melhores livros lidos por mim esse ano; sua leitura me proporcionou momentos de alegria e tristeza, de angústia e reflexão, sem nunca deixar de ser envolvente e cativante. Seu trunfo está justamente pela ótica em que os fatos são trazidos até nós, e certamente recomendo a obra àqueles que procuram leituras comoventes, sensíveis e fascinantes.
Sobre o Filme
O Quarto de Jack é o filme irlandês-canadense adaptado de Quarto. Concorreu a 4 Oscars em 2016 (Diretor, Filme, Atriz, Roteiro Adaptado), tendo vencido na categoria de Melhor Atriz.
Desde o início fica claro o quanto filme conseguiu manter, dentro do possível, a perspectiva de Jack. É incrível o quanto sua visão do Quarto, inicialmente, seja diferente da do final, além de haver uma leveza por toda trama típica da fase infantil, mesmo nos momentos mais tristes e emocionantes da história.
Brie Larson fez jus à estatueta ganhada, estando incrível no papel de Mãe, o que contribuiu demais para que o filme seja comovente como é. A atriz traz a carga emocional necessária para o papel, sendo capaz de mudar inteiramente de acordo com as alterações sofridas pelas personagens, permitindo ao espectador compreender as dificuldades por ela enfrentadas. E Jacob Tremblay, que deu vida ao pequeno Jake, também merece destaque por sua brilhante atuação, que lhe rendeu o Critics’ Choice Movie Award como melhor ator juvenil. O garoto consegue transmitir toda inocência de seu personagem e suas resistências e dificuldades encontradas nas situações que precisa enfrentar.
Muitas das falas originais estão presentes na adaptação, que inclusive é quase 100% fiel em toda primeira metade do filme. Após a segunda metade, algumas alterações foram realizadas, como de costume ao se mudar a mídia pela qual uma história é narrada, mas a essência da trama e seus principais aspectos foram mantidos.
Em linhas gerais, O Quarto de Jack é tão emocionante e sensível quanto o livro, sendo um excelente complemento a ele, mas não seu substituto. Como sempre, o livro traz elementos extras que não puderam ser transpostos ao filme, assim como esse também tem suas interessantes particularidades. Sem dúvida alguma, recomendo ambos a todos e, se possível, que a leitura aconteça previamente ao filme.
Assista ao Trailer!
Aii estou loooouca para ler/assistir o Quarto!
Não conhecia até mês passado, quando começou a se falar muito dele por causa do filme e tal.
Amei as resenhas que li, achei uma história bem diferente,principalmente por ser narrado por uma criança, e parece ser emocionante!
Quero lê-lo ainda este mês.
bjooss