[Resenha] Delilah Green não está nem aí — Ashley Herring Blake - Minha Vida Literária
Minha Vida Literária
13

jan
2023

[Resenha] Delilah Green não está nem aí — Ashley Herring Blake

Delilah Green jurou nunca mais voltar a Bright Falls, a cidade onde cresceu. Lá não há nada para ela, só as lembranças da infância solitária e do desprezo da madrasta e da irmã postiça, Astrid. Em Nova York ela tem uma carreira como fotógrafa em ascensão e uma mulher diferente em sua cama todas as noites.
Mas quando Astrid usa chantagem emocional e um cheque polpudo para forçá-la a fotografar seu casamento e a maratona de eventos preparativos, Delilah acaba concordando em voltar.
Seu plano é chegar, fotografar e ir embora de fininho. Só que assim que ela reencontra Claire Sutherland, uma das insuportáveis – e lindas – amigas de infância de Astrid, percebe que talvez haja, sim, algo divertido para se fazer em Bright Falls.
Criando a filha de 11 anos praticamente sozinha ao mesmo tempo que gerencia uma livraria e lida com um ex nada confiável, Claire só quer uma vida sem surpresas. E a chegada repentina de Delilah é uma surpresa e tanto.
Em meio a todas as questões mal-resolvidas do passado e os problemas do presente, o desejo que nasce entre as duas se torna cada vez mais evidente. E elas não sabem se terão força para resistir aos encantos uma da outra. Pior ainda: estão começando a achar que não querem mesmo resistir…

 

Ficha Técnica

Título: Delilah Green não está nem aí
Título original: Delilah Green Doesn’t Care
Autor: Ashley Herring Blake
Tradução: Alessandra Esteche
Editora: Arqueiro
Número de Páginas: 336
Ano de Publicação: 2022
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RESENHA: Delilah Green não está nem aí

Delilah Green não está nem aí é a comédia romântica de Ashley Herring Blake traduzida por Alessandra Esteche e publicada pela editora Arqueiro. Da autora, no Brasil, também está disponível o romance jovem adulto Menina Feita de Estrelas, publicado pela editora Plataforma21 em 2020.

Delilah Green deixou Bright Falls assim que pôde e retornou poucas vezes para visitar a madrasta e a irmã postiça, Astrid, desde então. Os pais das duas se casaram quando elas eram ainda crianças, depois da mãe de Delilah e do pai de Astrid terem morrido. Contudo, o pai de Delilah morreu pouco depois, deixando-a órfã e aos cuidados da segunda esposa, que nunca nutriu muito carinho por ela. Quando Astrid está prestes a se casar, faz chantagem emocional e oferece um pagamento considerável, que Delilah não pode recusar, para que a irmã seja a fotógrafa da celebração. Retornando a Bright Falls, Delilah percebe que sua estadia pode ser melhor do que supunha ao perceber o interesse recíproco por Claire, uma das melhores amigas de Astrid e que não está empolgada para o casamento da amiga, já que não confia nem um pouco no noivo dela.

Em terceira pessoa, Delilah Green não está nem aí alterna as perspectivas de Delilah e Claire, protagonistas do romance. Um dos trunfos da autora é sua habilidade em desenvolver tão bem as personagens. Ambas têm uma forte bagagem emocional, ligadas à juventude e às relações familiares, o que traz outros conflitos para o enredo que não apenas o caso amoroso entre elas. Astrid, embora não seja protagonista e nem tenha sua perspectiva narrada, é uma personagem também muito importante e que, apresentada pelos olhos de Claire e Delilah, tem sua personalidade bastante bem delineada — e cuja relação com as protagonistas impacta diretamente na trama. Ainda, a leitura em si é muito gostosa, seja pelo ritmo envolvente e pela mescla de leveza com passagens mais sensíveis, sejam pelas descrições em quantidade e qualidade suficientes para gerar boas imagens mentais sem que a história se interrompa.

Com certeza o que mais me agradou foram as temáticas abordadas, ligadas às problemáticas relações familiares das personagens. Gostei bastante da complexidade delas, que implica também em uma questão de percepção tanto que quem lê terá das personagens quanto delas próprias sobre elas e sobre o que viveram. Me encantei por como Ashley Herring Blake representou as amizades, sobretudo a que Delilah desenvolve, assim como adorei o relacionamento dela com Astrid. Sobre Claire, amei estarem representadas suas dificuldades com a maternidade praticamente solo e seus desafios com os casos amorosos. O romance também entrega tudo que propõe, combinando doses equilibradas de fofura e sensualidade — há poucas cenas eróticas, mas suficientemente bem descritas para configurarem como tal. Talvez essa tenha sido a primeira comédia romântica adulta entre mulheres que li, outro ponto importante, pela representatividade que oferece. Acima de tudo, a orientação sexual das personagens aparece com naturalidade na trama, sem que sejam o foco das discussões abordadas. 

O único aspecto que me incomodou um pouco foi a insistência das menções à Delilah querer irritar a irmã e a madrasta. Embora seja também um comportamento imaturo, me incomodou mais pela repetição do que pela personalidade em si. Ainda assim, foi apenas um detalhe, ofuscado pelos demais aspectos positivos. Por exemplo, amei a relação da personagem com a arte e as menções ao seu trabalho como fotógrafa, o que permitiu uma nítida visualização de suas fotografias, assim como entregou noções básicas desse processo artístico.

No geral, Delilah Green não está nem aí foi uma leitura muito gostosa e que, ao final, me fez sentir parte do universo criado por Ashley Herring Blake, como se as personagens fossem reais e eu fizesse parte do grupo de amigas de Bright Falls. Vale dizer que a continuação protagonizada por Astrid, Astrid Parker Doesn’t Fail, foi publicada em 2022 nos EUA.





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