Título: O Irmão Alemão
Autor: Chico Buarque
Editora: Companhia das Letras
Número de Páginas: 340
Ano de Publicação: 2014
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A narrativa se estrutura numa constante tensão entre o que de fato aconteceu, o que poderia ter sido e a mais pura imaginação. Na São Paulo dos anos 1960, o adolescente Francisco de Hollander, ou Ciccio, encontra uma carta em alemão dentro de um volume na vasta biblioteca paterna, a segunda maior da cidade. Em meio a porres, roubos recreativos de carros e jornadas nem sempre lícitas a livros empoeirados, surgem pistas que detonam uma missão de vida inteira. Ao tentar traçar o destino de seu irmão alemão, parece também estar em jogo para o narrador ganhar o respeito do pai, que, apesar dos arroubos intelectuais de Ciccio, tem mais afinidade com Domingos, ou Mimmo, seu outro filho, galanteador contumaz, leitor da Playboy e da Luluzinha, e sempre a par das novas sobre Brigitte Bardot. A despeito das tentativas de mediação da mãe, Assunta – italiana doce e enérgica justa e com todos compreensiva -, a relação dos irmãos é quase feita só de silêncio, competição e ressentimento.
Num decurso temporal que chega à Berlim dos dias presentes, e que tem no horror da ditadura militar brasileira e nos ecos do Holocausto seus centros de força, O irmão alemão conduz o leitor por caminhos vertiginosos através dessa busca pela verdade e pelos afetos.
Chico Buarque é um dos maiores nomes da nossa música brasileira. Além de cantor e compositor, é também dramaturgo e escritor, e neste seu mais recente livro, com uma mistura de ficção e realidade, nos deparamos com um enredo rico em detalhes permeado pela leveza de sua escrita.
O livro se baseia na história real de um filho que o historiador Sérgio Buarque de Holanda, pai de Chico Buarque, teve na Alemanha na década de 1930, quando ainda solteiro viveu uma aventura amorosa e acabou voltando ao Brasil sem tê-lo conhecidoO protagonista do romance é o professor Francisco de Hollander, ou Ciccio, que, ao descobrir por um acaso um irmão desconhecido, começa a busca por saber mais informações sobre ele e sua história e se dedica por encontrar seu irmão alemão. Como plano de fundo desse contexto, acontece no Brasil a Ditadura Militar e, na Alemanha, a Segunda Guerra.
A narrativa em primeira pessoa é sob o ponto de vista de Francisco de Hollander que nos apresenta não só a procura pelo seu irmão, mas as relações familiares que entrecortam essa história. A narrativa é fluida e o narrador é carismático, desse modo, considerei o ritmo da narrativa muito bom.
Um dos fatores que mais me agradou na trama e que nos primeiros capítulos já ganhou minha atenção foi o amor pelos livros, pela arte e a busca pela cultura presentes no seio familiar e estimulada pela enorme biblioteca pessoal do seu pai Sérgio, que tinha em casa mais de vinte mil livros, entre eles edições raras e edições autografadas pelos amigos escritores. Esse fator influenciou bastante meu envolvimento com a história, pois ao longo da trama aparecem referências a vários escritores e a relação de cada um dos familiares com os livros. Mas não só isso, toda a narrativa é muito bem delineada, as personalidades dos personagens, os momentos marcantes pelos quais eles passam, as reflexões e sentimentos do protagonista, tudo isso trouxe um charme especial ao livro.
É uma leitura muito interessante que une ficção e realidade e que não sabemos exatamente até que ponto uma se mistura com a outra, mas Chico foi muito feliz ao fazer essa junção nos proporcionando momentos de muita leveza e envolvimento que, para mim, tiveram um excelente efeito.
Muito interessante esse livro.. não tinha ouvido falar ainda!
Deve ser um ótimo livro para aprendermos um pouco mais de história enquanto apreciamos a leitura!
Adorei a resenha Clivia! =)
Beijos!